Pais e mães terão a chance de proporcionar, no Distrito Federal, um Dia das Crianças especial e esportivo. Após o êxito em fevereiro, em 12 de outubro, ocorrerá a segunda edição, este ano, da festa que conquistou moradores da capital federal nos anos 90: a maratona infantil Marotinha. Voltada, para crianças de 3 a 13 anos, a disputa atlética-mirim será realizada no Centro Integrado de Educação Física (Cief), na 907 Sul, com apoio do Correio Braziliense e organização do Clube dos Atletas de Brasília (COR-DF). Ao todo, serão abertas duas mil vagas para quem quiser participar. As inscrições, gratuitas, começarão em setembro.
O assessor de relações institucionais do Correio, Miguel Jabour, destacou a importância da Marotinha para o DF: "Corridas infantis como essa conquistaram os corações das pessoas que, atualmente, são pais das crianças que vão correr". Ele acrescentou que o projeto é uma verdadeira festa para a cidade, muito mais do que uma competição. "Aqueles que quiserem encarar como disputa esportiva que encarem. Quem quiser vê-la como uma iniciação esportiva, um dia de lazer, um dia com a família, também será muito bem-vindo", convidou.
História
A primeira edição da Marotinha foi em 12 de outubro de 1992. A inspiração veio da vontade de atender o desejo de muitas crianças que não podiam participar da Maratona Brasília, corrida de 5km para adultos. O regulamento da versão para maiores não permitia que os pequenos corressem a distância inteira devido ao esforço físico que exigiria das meninas e meninos.
A solução foi estabelecer baterias diferenciadas. Crianças de 5 a 7 anos corriam 300m. Os com idades de 8 a 14 anos, 3km. Foi um sucesso. O evento contou com um total de 2.500 inscritos, e o circuito usado foi a pista olímpica do antigo Estádio Mané Garrincha. No ano seguinte, o número mais que dobrou, com 5.865 pequenos atletas inscritos. Na última edição, em 1998, nada menos que 10 mil corredores mirins apareceram.
As edições da corrida infantil serviram como celeiro para atletas que acabaram se destacando nacional e internacionalmente. Esse é o caso de Marílson do Santos, revelado na Marotinha como campeão, em 1992. Anos mais tarde, ele se tornaria tricampeão da brasileira São Silvestre (2003, 2005 e 2010) e bicampeão da maratona de Nova York (2006 e 2008).
Após um hiato de quase 10 anos, a Marotinha foi rebatizada. Passou a se chamar Candanguinha de 2007 a 2010. Este ano, em fevereiro, o Correio voltou a presentear a criançada da capital, chamando o evento como Corrida Kids. Mas, a memória afetiva prevaleceu e, no Dia das Crianças, a marca com que nasceu em 1992 voltará a ser adotada.
Atualização
As distâncias dos percursos que as crianças encararão, em baterias de acordo com suas idades, já estão definidas. As que têm de 3 a 5 anos correrão 50m; de 6 a 8, 100m; de 9 a 11, 200m; e de 12 a 13, 400m. Os três primeiros colocados de cada prova receberão troféus.
O organizador da corrida infantil e presidente do COR-DF, Ruiter Silva, disse ser muito bom ter o retorno da Marotinha, que incentiva a prática esportiva mirim no DF. "Esperamos que, cada vez mais, tenhamos eventos para que as crianças possam correr, afinal, elas são os nossos futuros atletas e campeões olímpicos", considerou. Ele acredita que o evento terá todas as inscrições esgotadas em 15 minutos. "Com certeza teremos essas duas mil crianças correndo, para fazer uma grande festa. Elas merecem", afirmou.
Padrinhos
A próxima edição da Marotinha contará com dois padrinhos estrelados. Um deles é Ronaldo da Costa que, entre outros feitos e vitórias internacionais, em 1998, venceu a Maratona de Berlim. Ele terminou a prova com o tempo de 2h06m05s, quebrando o recorde mundial que durava quase uma década. Com isso, se tornou a primeira pessoa do planeta a correr a uma prova do tipo com ritmo inferior a 3 minutos por quilometro. E essa era a segunda maratona que disputava.
Atualmente, professor no Centro Olímpico de Samambaia, Costa disse estar feliz com o evento. "Queremos, primeiro, ver as crianças sorrindo, sendo felizes, porque elas são o futuro do Brasil. Estou muito ansioso para chegar o dia e ver aquela garotada com toda energia. Estar com eles vai ser uma honra muito grande", celebrou o atleta mineiro.
Outro padrinho será o brasiliense Hudson de Souza, professor no Centro Olímpico Parque das Vaquejadas, em Ceilândia. Ele conquistou o ouro dos 1.500m nos Jogos Pan-americanos de 2003, sendo bicampeão desse torneio em 2007. Ele lembrou que, um dia, correu a Marotinha. "Foi uma experiência única. Nunca sonhei que poderia ser padrinho de um evento como este e me sinto honrado com o convite", festejou.
Souza acredita que o evento permite encontrar novos potenciais corredores. "É uma mini competição que é referência. Por ela podemos descobrir vários talentos das regiões administrativas de Brasília. Precisamos de mais eventos com esse objetivo para resgatar e encontrar novos tesouros e mostrar que a capital tem esse potencial. A única coisa que realmente falta é investimento porque talento nós temos de sobra", garantiu.
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