O líder da facção criminosa Comboio do Cão, William Peres Rodrigues, mais conhecido como como Wilinha, e mais dois integrantes da cúpula, foram condenados a mais de 18 anos de prisão pelo assassinato da travesti Bruna Moranguinho, morta em setembro de 2017, em Taguatinga Sul. A Promotoria de Justiça recorreu pedindo o aumento das pena.
O caso teve atuação conjunta da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Taguatinga e do Núcleo do Tribunal do Júri e de Defesa da Vida. Segundo constatou-se, Wilinha, Rogério Rodrigues do Nascimento e Edson Vieira de Lima assassinaram Bruna a tiros em decorrência de uma disputa por ponto de prostituição e tráfico de drogas, na área conhecida como Coca-Cola.
As investigações revelaram que Bruna e os mandantes do homicídio (Welton Andrade dos Santos e Juciely Samara Cardoso Silva, condenados anteriormente) haviam travado uma guerra pela região. No dia do crime, os articuladores do homicídio combinaram com Rogério, Edson e William a execução do crime. No dia marcado, os três seguiram o carro da vítima e, quando ela estacionou, fizeram diversos disparos de arma de fogo. Bruna não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Condenação
Os três foram condenados entre 18 e 21 anos de prisão em regime inicial fechado. Os jurados aceitaram as qualificadoras apresentadas na denúncia: motivo torpe (controle de ponto de prostituição) e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima (os autores chegaram de forma repentina, quando Bruna não esperava o ataque).
Prisão do líder
Wilinha foi preso numa mega operação desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Foragido desde 2019, o líder da facção passou por algumas unidades da Federação até se estabelecer na fronteira entre Brasil e Paraguai, de onde supostamente enviava drogas e armas e drogas para criminosos do DF.
Na data da prisão, em 30 de abril do ano passado, os policiais encontraram na casa de Wilinha uma pistola calibre 9mm, com carregador estendido e grande quantidade de munições. Após a prisão, o criminoso foi conduzido à cidade de Dourados (MS) e transportado para Brasília pela aeronave da Divisão de Operações Aéreas (DOA).
Comboio do Cão
Formada há mais de 10 anos a partir da disputa de gangues, a maior facção do Distrito Federal, o Comboio do Cão, age com requintes de crueldade e tenta se instalar na capital, mas sofre seguidos reveses da polícia e do Ministério Público do DF. Suspeita-se que os faccionados tenham assassinado mais de 30 pessoas nos últimos anos.
Segundo a PCDF, o Comboio do Cão atua em toda a capital, no tráfico de drogas e de armas, homicídios, lavagem de dinheiro e outros crimes. Uma característica do grupo é a violência, a forma como os rivais são executados, fazendo uso de pistolas de grosso calibre e última geração, com acessórios que aumentam o poder do fogo, como o “kit rajada” e carregadores estendidos, informou a corporação.
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