"Tudo o que a gente precisa tem aqui. Só não temos praia, mas temos o lago, que é lindo", destaca a vendedora Jéssica Lorrane, 26 anos. A capital do país, ressalta ela, acolhe bem todos que chegam por aqui. Brasília lidera o ranking de cidades com melhor desempenho em qualidade de vida, de acordo com o levantamento IPS Brasil 2024, divulgado nesta quarta-feira (3/7). O estudo considera fatores, como nutrição, saúde, moradia, saneamento, segurança pessoal, acesso à informação, meio ambiente, inclusão social, liberdade individual e acesso à educação superior.
Seguida por Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e Curitiba, a capital do Brasil se destacou com as melhores notas nos quesitos acesso à informação e comunicação, saúde e bem-estar, qualidade do meio ambiente, direitos individuais, liberdades individuais e de escolha e acesso à educação superior.
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Cultura e lazer
Moradora do Gama, a pesquisadora Jocyanne Bento de Souza, 33, aponta o acesso à cultura como um dos fatores que contribuem para a qualidade de vida de quem mora na capital do país. "Brasília proporciona muitos eventos culturais acessíveis e gratuitos. Sempre que posso, frequento vários. O entretenimento melhora a nossa qualidade de vida", diz Jocyanne, que elogiou também o BRT, pois sempre pega o transporte do Gama para o Plano Piloto, o que facilita o acesso aos eventos que acontecem na área central da cidade.
Morador do Sudoeste, Roger Maia, 39, gosta de como Brasília é dividida e como os locais são próximos uns dos outros, o que possibilita chegar em casa mais cedo para ficar com a família. "Isso faz com que eu tenha um tempo a mais para sair com minha filha. Existem vários lugares que me possibilitam esses momentos. Eu queria ressaltar como aqui temos locais para passear e nos distrair. Esses ingredientes influenciam bastante na minha qualidade de vida. Sou muito feliz morando aqui por conta disso", descreveu.
Cidade-parque
"É uma cidade que entrega muitos espaços livres e verdes, o que valoriza muito a qualidade de vida", elogia o servidor público Bruno Laginhas, 29. O Distrito Federal conta com 5,5 milhões de árvores, sendo 1,5 milhão somente no Plano Piloto. Há ainda 186 milhões de metros quadrados de grama, e 650 jardins em áreas públicas e oficiais. O servidor, no entanto, afirma que a questão da mobilidade na capital pode melhorar. "É uma cidade voltada para carros. Como pedestre, eu sofro com a questão de transporte público", ressalta.
A extensa quantidade de áreas verdes rendeu a Brasília o título de cidade-parque. Além disso, o Distrito Federal desenvolve anualmente mais de 80 espécies de flores, mais de 300 espécies de arbustos, de plantas de sombra e palmeiras, além de mais de 200 tipos de árvores — em que 60% são provenientes do Cerrado. De ipês-amarelos, roxos e brancos a zínias, cravos e petúnias, a imensa variedade de flores também dá um toque diferenciado à fisionomia da capital.
A rica gastronomia de Brasília é um dos grandes prazeres do nosso quadradinho, segundo um grupo de amigas que passeavam pelo Sudoeste. "Acredito que, pelo fato de existirem pessoas de vários locais do Brasil morando na capital, temos essa mistura gastronômica e um pedacinho de cada uma aqui. Sem contar que, de um tempo para cá, tivemos muita influência internacional, como é o caso dos restaurantes árabes", observou Gabriela Rocha, 30, moradora do Sudoeste. A quantidade de áreas comunitárias existentes em Brasília também é destacada pelas garotas.
Segurança
A segurança que Brasília proporciona para os moradores foi algo que surpreendeu Camila Clerot, 31, que veio de João Pessoa, há seis anos, e reside no Sudoeste. "Eu me sinto muito segura andando na rua mexendo no celular, isso mostra que aqui é um lugar bem diferente de outros no Brasil. Também posso destacar a quantidade de áreas verdes que temos. É bem legal morar em lugares como este, que me proporciona um fim de tarde agradável passeando com meu cachorro", relata.
Segundo o levantamento do Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a capital federal tem a segunda menor taxa de homicídio: 13%, figurando entre as cidades mais seguras do país. A cidade só perde para Florianópolis (8,9%), capital de Santa Catarina. Entre 2012 e 2022, a capital federal apresentou redução das ocorrências do crime ano a ano. Se em 2012 foram registrados 961, em 2022, os casos caíram para 365, uma redução de 62%.
Dados do Balanço Criminal, da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) mostram que, no ano passado, a capital registrou o menor índice de homicídio dos últimos 47 anos.
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