A projeção da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que ao CB.Poder de segunda-feira disse que a direita vem fortalecida para as eleições de 2026, tanto no Distrito Federal quanto nacionalmente, dividiu opiniões no meio político. Para o senador Izalci Lucas (PL-DF), trata-se de uma possibilidade com boas chances de se concretizar. Já a também senadora Leila Barros (PDT-DF) considera que Damares reduz a disputa às questões ideológicas. Para o ex-governador e atual secretário de Economia Verde do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Rodrigo Rollemberg, a direita vem dividida, pelo menos na disputa pelo Palácio do Buriti.
Izalci classificou de "muito lúcida" a avaliação do cenário por Damares. "Acho que tanto a Michelle (Bolsonaro, ex-primeira-dama) quanto a Celina (Leão, vice-governadora) podem ser vice-presidentes — no caso da Michelle, até candidata a presidente da República. Também não tenho dúvida de que o próximo presidente do Brasil e o próximo governador do DF serão da direita. (O presidente) Lula nunca criou uma liderança para sucedê-lo, diferentemente de Jair Bolsonaro, que deixou diversos líderes. É natural que sejam de direita", observa.
Para Leila, porém, Damares erra ao enxergar a disputa pelo governo, em 2026, como mais um confronto ideológico. "Compreendo as motivações que a senadora tem para apequenar esse processo político do DF, simplificando tudo a uma disputa ideológica, mas discordo. Sabemos que, no Parlamento, há espaço para esse tipo de debate. Só que quando se fala de governar, esse olhar precisa ser muito ampliado. A falta de projetos afeta o trabalhador de esquerda e de direita", salienta.
Racha
Na visão de Rollemberg, o desejo de Damares concorrer ao GDF pode minar as candidaturas da direita. "Vai rachá-los. Tenho convicção de que se nós, do campo progressista, conseguirmos criar uma unidade em torno de Brasília, teremos um projeto vitorioso em 2026. Eles estão divididos pela ambição e não haverá espaço para todos. Tenho a convicção de que o (governador) Ibaneis (Rocha) lançou a Celina antecipadamente para queimá-la. Tenho a convicção de que a (deputada) Bia Kicis (PL-DF) e a Michelle (Bolsonaro) têm a ambição de disputar o Senado", previu.
Na entrevista ao CB.Poder, Damares previu a retomada do poder pela direita, em 2026. A senadora tem dúvida até mesmo se a esquerda conta com algum nome para suceder Luiz Inácio Lula da Silva, caso o presidente desista da reeleição.
"O DF será conservador em 2026. Temos Celina, temos Michelle, que pode ser governadora também. Temos Izalci, temos (a deputada distrital) Paula Belmonte, que já ouvi falar e está sinalizando nesse sentido. Bons candidatos estão aparecendo. Tem Damares também. Difícil vai ser fechar em torno de um nome", afirmou.
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