CB.Agro

Mirtilo e açaí incrementam o crescimento da fruticultura no DF

Programa da Emater-DF de incentivo à produção rural de frutas tem possibilitado a expansão frutífera na capital federal e o cultivo de culturas exógenas

A produção de frutas (fruticultura) no Distrito Federal está em alta nos últimos anos — liderada pelo abacate, pela goiaba e pela banana — por ser uma atividade bastante rentável e menos onerosa para o produtor rural. Ao programa CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta sexta-feira (28/6), a engenheira-agrônoma e extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) Clarissa Campos falou sobre como as culturas de açaí e mirtilo têm ganhado espaço no DF em razão do programa Rota da Fruticultura.

“Com a chegada do programa da Rota da Fruticultura, que nós estamos executando, o objetivo é trazer essas frutas que já têm um mercado muito grande, tanto nacional quanto internacional — ou seja, visando a comercialização dentro do Brasil e também a exportação. E, de acordo com os estudos feitos, chegou-se à conclusão de que o açaí e o mirtilo são culturas muito promissoras aqui para o Distrito Federal, por conta das condições de clima, solo e renda que nós temos no DF”, explicou Clarissa em entrevista aos jornalistas Roberto Fonseca e Sibele Negromonte.

Clarissa ressaltou que a produção de frutas no DF saltou de 30 a 32 mil toneladas por ano, em 2019, para 40 mil toneladas anuais, em 2023, e explicou que o aumento vem acompanhado de uma alta no consumo, o que pode beneficiar a produção de mirtilo e açaí.

“Hoje, a gente (Distrito Federal) é, basicamente, um dos maiores mercados consumidores de frutas no Brasil, e a gente ainda traz muita fruta de outros estados e de outros países. Inclusive o mirtilo, se você procurar, você basicamente encontra ele vindo do Peru ou do Chile, e com um preço muito alto”, contou a extensionista rural da Emater-DF.

A engenheira agrônoma defendeu que, junto ao mercado consumidor receptivo do DF, o cultivo de mirtilo representa uma oportunidade por se mostrar altamente rentável, apesar de não ter um custo de produção tão baixo.

“O retorno por investimento do mirtilo, de um hectare, equivale a mais ou menos 45 hectares da soja. É um valor de, mais ou menos, entre R$ 180 mil e R$ 200 mil de retorno por hectare. E também, a gente tem que aproveitar o fato de que nós estamos no centro do país e temos aqui diversas embaixadas e pensar em como a gente pode fazer relacionamento com elas e tratar sobre a exportação dessas culturas”, reforçou.

Auxílio ao produtor

O programa Rota da Fruticultura fornece mudas dessas plantas a custo zero para os agricultores interessados em participar do projeto — que deverão, após a primeira colheita, devolver duas mudas por cada uma recebida, para realimentar o projeto. Clarissa Campos explicou que, além de fornecer as mudas, o programa oferece assistência técnica e auxílio para os processos de colheita, pós-colheita e comercialização aos agricultores.

“A Rota da Fruticultura é um programa que quer trabalhar não só o cultivo. Ele fornece as mudas para os produtores que querem participar — e o custo da muda é relativamente alto no custo da produção da fruta —, oferece assistência técnica e extensão rural via Emater e outras entidades. Auxilia não só no plantio e na instalação das culturas, mas também com a colheita, pós-colheita e a parte de comercialização — que é uma parte muito importante da cadeia —, que já tem que estar totalmente estruturada antes de começar esse grande polo de de produção de frutas”, salientou.

A engenheira agrônoma explicou que, apesar do programa abranger todas as áreas do Distrito Federal, os cultivos de mirtilo e de açaí requerem algum nível prévio de infraestrutura dos produtores, devido a especificidades dessas culturas.

Os produtores interessados em participar da Rota da Fruticultura poderão procurar a unidade da Emater-DF mais próxima. Além disso, mais informações podem ser adquiridas no site e na página da Emater-DF no Instagram, assim como no site e na página da Rota da Fruticultura no Instagram.

* Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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