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Agronegócio cresceu 13% em 2023, em comparação a 2022

O secretário de Agricultura do Distrito Federal, Rafael Borges, trouxe, ao Cb.Agro, as principais inovações que contribuem para que o DF, apesar do pequeno território, seja uma potência no setor a nível nacional

Segundo o Anuário Brasileiro de Agronegócio, o setor cresceu 13% no ano de 2023 em comparação a 2022. O aumento, neste período, representa um faturamento de R$ 6 bilhões. O valor reflete o tamanho da produção no território brasileiro, como também a consciência empresarial dos produtores, afirma o secretário de Agricultura do Distrito Federal, Rafael Borges. Em entrevista ao CB.Agro — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (21/6), ele defende que, mesmo diante da limitação espacial, os agricultores do DF têm alta contribuição para a economia do país. 

O secretário frisa que uma das principais vantagens do produtor brasiliense é ser altamente tecnificado, o que possibilita forte produtividade. “Só para citar o feijão, a nossa produção local é quatro vezes superior à média nacional, considerando a produção por hectare plantado”, exemplifica. Manutenção do custo de produção mais baixo, de produtividade e geração de renda são os fatores que Borges elenca como responsáveis por alavancar as safras do grão na capital federal. “No caso do feijão, além de abastecer o mercado interno, o DF é o maior fornecedor para as regiões Nordeste e Norte”, completa.

Em relação à tecnologia, a secretaria de Agricultura do DF está desenvolvendo o Observatório Agroclimatológico, um painel projetado para fornecer informações relevantes ao produtor rural. De acordo com o titular da pasta, são oferecidos indicadores de monitoramento de produção, dados climatológicos, além de um mapeamento de estradas rurais. “Nesse eixo, trabalhamos a parte de logística, ou seja, o custo de transporte e de remoção dos produtos”, explica. Somente no ano passado, foram 1.500 km de manutenção nessas estradas não numeradas, que não são nem vicinais nem DFs. 

“Por outro lado, temos a questão da água. Desde o começo do governo Ibaneis, já foram tubulados 130 km de canais. Essas informações, georreferenciadas, também estarão na plataforma do Observatório, para monitorar a quantidade e a qualidade dessa água”, acrescenta Borges. O secretário avisa que ainda não há prazo para o lançamento do Observatório Agroclimatológico, que passa por uma fase de revisão da linguagem computacional, em parceria com a secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, junto com a equipe técnica de tecnologia da informação do GDF. 

“Agora, a nossa equipe está analisando se a linguagem do sistema que está sendo importado de São Paulo consegue conversar com outros sistemas nossos. A ideia é que dentro de um único aplicativo o produtor tenha acesso a todas essas ações”, esclarece. “Queremos entregar o aplicativo ao produtor do DF, de forma que seja permanente a geração de conhecimento e de informação para tomada de decisão”, enfatiza.

Além da produção rural, a preservação ambiental é um dos temas indispensáveis na pauta da Secretaria de Agricultura. Nesse sentido, a pasta se atenta ao emprego dos recursos hídricos, integrando uma série de medidas para evitar o assoreamento dos cursos d'água, como o reflorestamento, a preservação da cobertura de solo e a conservação de estradas. “Tudo tem que estar integrado dentro de um grande sistema, onde está alocado o Projeto Reflorestar”, pontua Borges. 

O secretário explica que o Reflorestar é um projeto de doação de mudas nativas do Cerrado para a implantação de áreas de preservação ambiental em propriedades privadas. Para ser contemplado, o produtor precisa buscar um escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que faz um projeto exclusivo para a sua propriedade. Esse planejamento é transmitido à Secretaria de Agricultura, que possui na Granja do Ipê um grande viveiro de produção de mudas nativas. Essas mudas são doadas ao produtor e ele pode plantar até dois hectares com as plantas oferecidas gratuitamente pelo GDF. “Além disso, será oferecida ao produtor assistência técnica para manutenção e implantação dessa área de preservação”, emenda o secretário. 

Segundo Borges, a plataforma do Cadastro Ambiental Rural do DF (CAR) indica que há um passivo ambiental de cerca de 10 mil hectares no DF, ou seja, os produtores precisam reflorestar no mínimo isso. No entanto, mais do que pensar apenas nos passivos ambientais a serem corrigidos, ou seja, corrigir áreas que já estão degradadas, a Secretaria de Agricultura tem, também, o programa Pró-Água, que viabiliza ferramentas ao produtor rural para ampliar áreas de preservação existentes. 

“Esse programa é uma parceria que envolve o terceiro setor, a iniciativa privada e o governo. O Pró-Água se encaixa com o Reflorestar. O segundo está focado na recomposição daquilo que é passivo ambiental e, eventualmente, em alguma outra área na qual o produtor queira incorporar um pouco mais de vegetação nativa. Já o Pró-Água vai além: atua de fato quando o produtor quer ampliar a sua área de preservação”, detalha. Fazendo essa recomposição florestal, o produtor passa, também, a ter a possibilidade de comercializar o crédito de carbono, o que é mais uma renda.


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