LAZER

Conexão com o cerrado: turismo rural é opção de lazer para os brasilienses

No DF e entorno, o turismo rural coloca ao alcance do brasiliense uma excelente opção para descansar da rotina, relaxar e se divertir

Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade, é privilegiada. Conhecida mundialmente por sua arquitetura, para além das edificações, verdadeiras obras de arte, também possui uma natureza ímpar ao seu redor. No Distrito Federal e em seu entorno, o turismo rural é uma opção de lazer bastante procurada para quem quer relaxar, divertir-se e estar perto da natureza. O Correio mostra alguns desses exemplos de paraíso e conversa com representantes do governo e do setor.

Yula Moura, turismóloga da Secretaria de Turismo do DF (Setur), destaca a importância desse mercado para Brasília. “A nossa capital é muito mais do que turismo cívico e arquitetônico. Cercada por uma beleza natural abundante, oferece uma diversidade de atrativos fora do Plano Piloto que merecem ser conhecidos”, avalia. A especialista lembra ainda que o turismo rural engloba a sustentabilidade, o contato com a natureza e a cultura local, por meio da gastronomia e das atividades do campo.

De olho nesse potencial, em 1990 foi criado o Sindicato de Turismo Rural e Ecológico (Ruraltur-DF), com o objetivo de transformar o setor em uma força econômica, social, cultural e ambiental na região. “Na época da pandemia, quando muita gente quebrou, percebemos um crescimento do turismo rural, pois as pessoas viajavam em seus próprios carros, não tinham contato com outras pessoas em aviões ou ônibus, e optaram pelo ambiente rural para fugir da aglomeração”, recorda Fernando Mesquita, presidente da entidade.

  • Turismo rural é uma boa opção para fugir de aglomeração na pandemia
  • Lago Oeste se destaca pelo turismo rural e pela gastronomia
  • Cerrado dos bem-aventurados: aqui, a natureza diverte e ensina

    Apesar dessas avaliações positivas, não há dados específicos sobre o turismo rural no DF e nem o quanto representa para a economia local. “Precisamos de apoio do poder público para conseguirmos ter visibilidade, de políticas públicas com linhas de crédito, capacitação”, afirma o dirigente sindical, acrescentando que há locais que promovem o turismo rural em Brasília e empregam mais de 100 pessoas.

    De acordo com Yula, no momento, não há apoio financeiro a esses empreendimentos, mas a pasta fomenta o turismo rural de outras formas, como no âmbito da Coleção Rotas, que abrange os diversos destinos na capital e é divulgada nos centros de atendimento aos turistas, feiras e congressos, em Brasília e no exterior. “Nos eventos dos quais a Setur participa, levamos empreendedores para divulgarem e exporem seus empreendimentos, experiências e produtos, em parceria com o Ruraltur”, completa.

Tradição

Um desses pontos é o Rancho Canabrava, com 40 hectares, no Núcleo Rural de Sobradinho 1, que começou a sua história em 1996, quando Ana Maria Lucena e o marido, Dinho Canabrava, deram vida ao sonho de sua sogra — abrir a propriedade ao público. Entre os serviços oferecidos, destacam-se restaurantes de comida mineira, atividades com animais de pequeno porte para as crianças, passeios a cavalo e de charrete, parquinhos, cavalgada e salão de festa para eventos.
Ana Maria Lucena observa a importância do rancho para os moradores do DF. “Primeiramente, é valorizar o meio ambiente, trazer, principalmente as crianças, para conhecerem os animais, as plantas e se divertirem, mostrar a elas que existe vida sem ser por meio de uma tela. Muitas ficam surpresas quando realizamos a ordenha e descobrem que o leite que consomem vem das vacas”, conta.

Juliana Fagg, 37, tem carinho pelo Canabrava desde pequena, porque ia ao local com a família. Sua maior lembrança é o passeio de charrete. Casada e com dois filhos, mantém a tradição. “Quando meus filhos nasceram, voltamos a frequentar o espaço, é muito bacana ver o quanto cresceu”, comemora.

Para ela, as opções de lazer relacionadas diretamente ao contato com a natureza são o principal atrativo. “Aqui é onde meus filhos aprendem a como respeitar e admirar a natureza. É bastante educativo”, conclui.

cedida ao correio -
Cedido ao Correio -
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press -
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Exclusividade

Localizado na região de Formosa (GO), no Vale do Paranã, o Recanto Pedra Grande é um espaço exclusivo, porque recebe poucas pessoas de cada vez — possui apenas 10 suítes. São 1.200 hectares de área preservada, com córregos e lagoas cristalinas. Para os amantes da astrofotografia, é um excelente cenário.

“É uma área bastante preservada do cerrado, de soltura de animais que são reintegrados à natureza e acredito que isso é um grande atrativo, pois pode despertar nas pessoas a vontade de conhecer melhor o ambiente em que vivem”, pondera o proprietário, Dejair Carvalho.

José Guerreiro, 58, vai ao local desde a adolescência, quando o viu em uma reportagem de televisão. “Sou apaixonado pela natureza, de cara me encantei. O que me agrada é a conexão com a natureza, o canto dos pássaros, a paz que o ambiente transmite”, relata José, que gosta de trilhas e de banho nas lagoas. “A parte triste fica na hora de ir embora, dar adeus a este paraíso”, finaliza.

Meditação

No fim dos anos 1990, Marcos Silveira e a família compraram a área onde fica o Parque Ecológico Terra Viva, em Brazlândia. A intenção era fugir da agitação da cidade. Amaram tanto que deram oportunidade a outras pessoas de vivenciarem a paz e o sossego do local, que adota a prática do veganismo.

A propriedade conta com 29 suítes. São mais de 20 hectares, que abrigam 12 cachoeiras. Ioga, meditação guiada por um monge, cachoeiras e trilhas fazem parte do cardápio. Os visitantes podem optar entre passar o dia ou pernoitar.
“Buscamos trazer para as pessoas essa conexão com a natureza, conseguimos ressaltar a importância da preservação, porque é isso que o turismo rural mostra. Aqui na região cuidamos muito dessa preservação do cerrado, plantamos nesses anos todos mais de 10 mil árvores nativas”, enfatizou.

Rotas

A Setur dispõe deguias em seu site— turismo.df.gov.br — para ajudar as pessoas a escolherem quais passeios combinam mais com seus perfis. No turismo rural, a Rota Lago Oeste elenca 17 locais e o Circuito Rajadinha enumera outros 11 pontos.

Saiba mais:

Rancho Canabrava
Núcleo Rural de Sobradinho 1, Chácara 46
Entrada: R$ 78 (adultos e crianças a partir de 12 anos); R$ 39 (crianças de 6 a 11 anos); menores que 5 anos não pagam.
Atividades: variam de R$10 (touro mecânico) a R$ 80 (cavalgada)
Contato: (61) 98433-5937

Recanto Pedra Grande
Vale do Paranã, Formosa (GO)
Diária: R$ 170 (crianças a partir de 5 anos) e R$520 (casal), com todas as refeições e passeio incluídos
Contato: (61) 99673-7959

Parque Ecológico Terra Viva
DF 220, Brazlândia
Entrada: crianças menores de 5 anos não pagam; R$ 60 (crianças de 6 a 11 anos); R$ 120
Pacotes (pernoite): variam de R$ 280 a R$ 390 (por pessoa)
Contato: (61) 3533-3167

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

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Rancho Canabrava

Núcleo Rural de
Sobradinho 1, Chácara 46

Entrada: R$ 78 (adultos e crianças a partir de 12 anos); R$ 39 (crianças de 6 a 11 anos); menores que 5 anos
não pagam.

Atividades: variam de R$ 10 (touro mecânico) a R$ 80 (cavalgada)

Contato: (61) 98433-5937

Recanto Pedra Grande

Vale do Paranã, Formosa (GO)

Diária: R$ 170 (crianças a partir de 5 anos) e R$ 520 (casal), com todas as refeições e passeio incluídos

Contato: (61) 99673-7959

Parque Ecológico Terra Viva

DF 220, Brazlândia

Entrada: crianças menores
de 5 anos não pagam;
R$ 60 (crianças
de 6 a 11 anos); R$ 120

Pacotes (pernoite):
variam de R$ 280
a R$ 390 (por pessoa)

Contato: (61) 3533-3167

Rotas

A Setur dispõe de guias em seu site — turismo.df.gov.br — para ajudar as pessoas a escolherem quais os passeios combinam mais com elas, além de eventos, feiras nacionais e internacionais além de congressos