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Debate na CLDF é marcado por relatos de racismo em escolas da capital

O deputado Fábio Félix (Psol) conduziu a sessão, que teve relatos impactantes de pais

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa (CDDHCLP) da Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou uma audiência pública para debater o racismo que ocorre em escolas do Distrito Federal, nesta quarta-feira (12/6). O deputado Fábio Félix (Psol) conduziu a sessão, que foi marcada por relatos impactantes.  

A mãe de um estudante, vítima de racismo em escola do DF, relatou as injúrias ouvidas pelo filho. “Macaco, volta para a senzala, volta para a África, volta para sua terra. Foi isso que meu filho ouviu na escola", conta. "Há 14 anos, quando eu soube que iria parir uma criança preta, me preparei porque sabia que um dia o racismo chegaria na minha casa dessa forma, pelo meu filho. Mas não imaginei que isso fosse acontecer no ambiente escolar, onde coloco meu filho para aprender, estudar e se tornar um cidadão”, lamentou.

Ainda de acordo com ela, o colégio particular, localizado na região central de Brasília, soltou nota, dizendo que acolheu as famílias. Fato que, segundo a mãe, não ocorreu. “Da escola, não recebemos nenhum acolhimento. Não sei que família eles estão acolhendo. Não fomos acolhidos, meu filho não foi acolhido e não está sendo protegido pela escola, dado que ela mantém o agressor no mesmo ambiente que ele. O agressor falou essas palavras para o meu filho e falou para um outro garoto. Isso deixa claro que não é um problema pessoal. É um problema racial e isso tem que ser tratado, tanto pela escola, quanto pela sociedade, com o peso que isso tem", afirmou a mãe. 

Outro momento marcante 

A Câmara Legislativa (CLDF) aprovou, em sessão nesta terça-feira (11/6), o Projeto de Lei 429/2023 que institui a política distrital “Vinicius Júnior” nos estádios e arenas desportivas no Distrito Federal. O texto, de autoria do deputado Max Maciel (PSol), prevê a interrupção e até o encerramento de jogos em que forem registrados insultos racistas.

A aprovação do PL foi comemorado entre os distritais, principalmente por Maciel. Para ele, a proposta visa garantir que o combate ao racismo e à discriminação ocorra nos estádios da capital federal. “A aprovação deste projeto de lei é um marco na luta contra o racismo no esporte. Nosso objetivo é transformar arenas e estádios em espaços seguros e inclusivos, onde todos possam desfrutar do esporte sem medo de discriminação”, salientou Max.










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