Prestes a completar 10 anos de atividade, o Motim, nome dado à feira colaborativa de arte impressa, reuniu cerca de 10 mil pessoas em cada dia de evento, neste fim de semana. Além de ser uma amostra da produção nacional, o encontro fortalece artistas locais, tanto na inserção comercial quanto no desenvolvimento econômico, criando um canal de consumo direto entre produtores e consumidores. Com público diverso, a feira Motim se firmou como a maior feira do segmento no Brasil.
"Esperávamos uma boa recepção, mas a quantidade de visitantes excedeu nossas expectativas. Acredito que essa curva tem sido crescente e constante, pois o público sempre se renova e se junta àquele já estabelecido", disse Leandro Mello, 41 anos, organizador do evento. "Por meio da feira, temos um intercâmbio cultural contínuo. Acredito que estamos formando possíveis e potenciais compradores de arte, ao mesmo tempo em que estamos incentivando uma nova geração de artistas", destacou.
Do subsolo à Galeria dos Estados
O ilustrador e quadrinista do Correio Braziliense Caio Gomez, 39, foi um dos idealizadores da feira, que começou como um coletivo em 2014, com 24 expositores. "A primeira edição aconteceu no subsolo de uma casa na W3. Hoje, recebemos muitos artistas de outros estados", ressaltou.
Questionado sobre as particularidades de expor suas produções em uma feira — extrapolando o limite das redes — Gomez, como é conhecido, explicou que a diferença está na conversa e no olho no olho com o público. "Essa troca entre produtores e visitantes é muito satisfatória, porque permite que a gente conheça e troque uma ideia com quem já nos acompanha, além de viabilizar que outros públicos conheçam nossos trabalhos", explicou o artista.
Brasília é referência
Mais de 300 expositores compartilharam suas produções na 13ª edição do evento, que ocorreu na Galeria dos Estados. Quem participou da feira pela primeira vez, e encantou-se foi a ilustradora e designer Fernanda Bornancin, 33. Curitibana que mora em São Paulo. Ela é idealizadora do Zebradaa, estúdio de prints, adesivos, camisetas, ecobags, entre outros produtos.
"Estamos muito acostumados a ver feiras assim no eixo Rio-São Paulo. Então, vir para Brasília e se deparar com um evento dessa magnitude é incrível, principalmente por acontecer embaixo de um viaduto, espaço que normalmente é dedicado a carros, mas, hoje (ontem), está sendo ocupado por artistas. Quero voltar mais vezes", declarou.
A arquiteta Manuela Coelho, 34, garantiu dois prints do Zebradaa para colocar na parede da sua casa. Pela primeira vez no evento, ela se surpreendeu com a quantidade de expositores e visitantes. "Eu já conhecia o trabalho da Fernanda pela redes e, quando descobri que ela viria para a feira, quis vir para vê-la expor. Gosto das cores de seus desenhos, além das frases de efeito muito boas, engraçadas e que me identifico", detalhou.
Minervino Júnior/CB/D.A.Press - Pablo Carranza comanda a Mau Gosto Corp., marca de "entretenimento para quem tem gosto duvidoso", como definiu
Público diversificado
De Florianópolis, Marceli Mengarda, 31, participou do Motim pela quinta vez neste fim de semana. Ela é responsável pela Burocrata, empresa de carimbos personalizados e itens de papelaria, idealizado há sete anos, e comemorou o bom número de vendas conquistado nesta edição. "Como circula muita gente diferente, acho que é uma chance de haver público para todos os expositores. Sempre vendo bem aqui e devo vir na próxima edição", comentou.
O ilustrador e quadrinista Pablo Carranza, 38, comanda a Mau Gosto Corp., marca de "entretenimento para quem tem gosto duvidoso", como definiu. Natural de Sergipe, ele participou de quase todas as edições da Motim e, dessa vez, as camisetas foram os produtos mais vendidos. "Acredito que, no geral, o público mudou ao longo do tempo. Antes, vendíamos mais quadrinhos, agora, está variado, tem camisetas, bonés, adesivos, bonecos, carimbos e chaveiros" elencou.
O evento, que é independente, acontece de forma colaborativa, sem patrocínios oficiais nem fomentos culturais. Toda sua estrutura é elaborada a partir da colaboração financeira de seus participantes. Para realização das duas edições anuais, cada inscrição é efetivada a partir de uma taxa financeira. O montante arrecadado é o que custeia toda estrutura e execução da feira.
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