A 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve a decisão que condenou o ex-deputado distrital Carlos Xavier a indenizar a família do adolescente morto a mandado do ex-parlamentar, em março de 2004.
Carlos Xavier, o Adão Xavier, está detido na Papuda desde fevereiro deste ano, após ser preso em Brazlândia. A defesa argumentava que a indenização imposta pela Justiça havia prescrito, já que o episódio ocorreu em 2004.
No entanto, a desembargadora Soníria Rocha Campos D'Assunção manteve a indenização de R$ 400 mil por danos morais, a ser paga ao pai e à mãe do adolescente, o que totaliza o valor de R$ 800 mil. A decisão foi acompanhada pelos desembargadores Alfeu Machado e Vera Andrighi.
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O caso
Ewerton da Rocha Ferreira foi assassinado a mando do ex-parlamentar. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a motivação seria porque o ex-distrital descobriu que o rapaz era amante da ex-esposa dele. O corpo do jovem foi encontrado atrás de uma parada de ônibus, no Recanto das Emas.
Pouco depois, o nome de Carlos Xavier surgiu em meio às investigações do crime e, em agosto do mesmo ano, a Câmara Legislativa (CLDF) decidiu pela cassação do então parlamentar — o primeiro da história da Casa a perder o mandato.
O homem contratado para o serviço, o capoeirista Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Risadinha, foi condenado a 19 anos e três meses de prisão pela morte do jovem. As investigações mostraram que Risadinha teria planejado o assassinato, contratando um adolescente e outro suspeito, que também foi condenado a 15 anos de detenção.
Adão tinha um mandado de prisão expedido contra ele desde fevereiro de 2022. Em 19 de fevereiro deste ano, policiais militares capturaram o réu e o levaram para a 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia).