Incêndio

Apartamento onde idosa morreu incendiada passará por terceira perícia

Lauro Estevão, um dos filhos da idosa morta quando o apartamento pegou fogo, em Águas Claras, vai responder por esse crime porque entrou no local, que estava interditado, sem autorização da polícia

O apartamento onde Zely Curvo, 94 anos, morreu durante um incêndio, em Águas Claras, passará por outra perícia nesta terça-feira (4/6). Pela terceira vez, peritos do Instituto de Criminalística (IC) vão tentar identificar o foco e o início das chamas. Conforme o Correio revelou em primeira mão, um dos filhos da idosa, o ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo, foi autuado pela Polícia Civil (PCDF) nessa segunda-feira (2/6) por fraude processual. Fontes ligadas à investigação afirmaram à reportagem que o homem entrou no imóvel — que está interditado — sem a autorização da polícia. 

O incêndio ocorreu na manhã de sexta-feira (31/5) e atingiu o apartamento onde Zely e Lauro moravam, no Residencial Monet. No momento do fogo, apenas a idosa estava no local. A idosa vivia acamada, sofria de demência e estava sob os cuidados do filho. Ainda na sexta-feira, os técnicos fizeram uma perícia minuciosa nos cômodos para descobrir como as chamas começaram e não chegaram a uma conclusão. 

Ontem, os policiais retornaram ao apartamento e fizeram uma nova perícia, mas, novamente,  não conseguiram determinar o foco do incêndio. A polícia descobriu que Lauro havia entrado no imóvel, que está interditado, e o autuou por fraude processual. Em depoimento prestado na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) — unidade que investiga o caso —, ele contou que havia ido à residência para buscar roupas e alimentos deixados na geladeira.

Sigilo

Fraude processual é o crime em que o autor é responsável por modificar o local onde o fato ocorreu, os objetos relacionados ou mesmo o estado das pessoas envolvidas, "com a finalidade de induzir o magistrado ou o perito ao erro". Contudo, a polícia investiga se a versão contada por Lauro é verídica. Ele assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi liberado. 

A PCDF não descarta nenhuma linha de investigação e trata o caso sob sigilo. O Correio conversou com o advogado que representa o ex-médico. Ele afirmou que não vai se posicionar sobre o assunto. O espaço permanece aberto. 

 


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