O fotógrafo e corretor de imóveis Getúlio Romão, 79 anos, veio com a família de Caratinga, em Minas Gerais, para Taguatinga, em 1960, em um ônibus que seria utilizado na frota da empresa que o pai, José Romão Filho, montou em Brasília. Desde então, nunca mais saiu de Taguatinga. "Estou enraizado aqui e não pretendo sair daqui nunca", garante.
Getúlio entrou para o mundo da fotografia depois que o pai fechou a empresa e trocou o ônibus por um lote na QNC 8, onde decidiu abrir um estúdio de fotos, em setembro de 1962. "Um dos grandes momentos vividos pelo estúdio surgiu da ideia do meu pai, que levou adiante o projeto de oferecer, a cada formando do segundo grau, a possibilidade de adquirir um porta-retratos", comenta. "Virou objeto de desejo de cada estudante, pois era o registro emoldurado da vida acadêmica", destaca.
Ele conta que a primeira fotografia profissional foi em 1962. "Foi do palanque preparado na Avenida Central de Taguatinga para o desfile escolar do 4º aniversário da cidade. Guardo essa foto com um carinho enorme, pois foi quando soube que ser fotógrafo era a minha vocação", afirma. "A partir do ano seguinte, quando abriu a sucursal do Correio Braziliense, entrei para o jornal, onde fiquei, durante 15 anos, sendo o fotógrafo exclusivo de Taguatinga", recorda.
Segundo o fotógrafo, qualquer assunto da região, era com ele. "Tenho mais de 25 mil fotos publicadas, durante a minha carreira. Era eu quem cobria a cidade. A ligação é tão forte que recebi o título de Guardião do Registro Fotográfico da História de Taguatinga", destaca.
Registros
Mesmo deixando de atuar profissionalmente em 1985, ele jamais deixou de registrar a história de Taguatinga. A paixão pela cidade está estampada nas paredes de seu escritório, com inúmeras fotos da região.
O fotógrafo também decidiu registrar sua história com a cidade em um livro, lançado em 2016, em que ele expõe 770 imagens de Taguatinga, desde o seu início. "Só que tenho tantas lembranças e memórias, que pretendo lançar mais alguns livros, pelo menos até o quinto volume", revela.
Futuro vertical
Getúlio Romão destaca que Taguatinga está passando por um boom de obras, que está transformando a região. "Para mim, a única 'dívida' do governo é o Centro Administrativo (Centrad). Tem mais de 10 anos que ele está lá, fechado", lamenta. "Inaugurado, ele seria um impulso ainda maior para o crescimento da cidade. Querendo ou não, com a abertura do espaço, Taguatinga seria chamada a capital do Distrito Federal", avalia o fotógrafo.
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