Inaugurado em 1968, o Bazar do Papai é mais um dos espaços que têm grande relevância na história de Taguatinga. Pioneira, a loja, que oferece, desde o início, produtos como brinquedos, plantas, itens de armarinho e papelaria, sempre esteve cheia. Hoje, o comércio, aberto no mesmo endereço, atende filhos e netos da primeira geração de clientes que frequentavam o local.
Amélia Maeda, 51 anos, é filha do proprietário do bazar. "Seu Isamu Maeda", agora com 88 anos, passou o cargo de administrador geral do negócio para a filha, e atua somente nos serviços mais leves. Ainda que o local tenha sido inaugurado antes do nascimento de Amélia, ela cresceu ouvindo as histórias do empreendimento. Contou que logo que atingiu idade suficiente, passou a ajudar. "Como não tinha concorrência, a loja era muito lotada, às vezes fechava apenas meia-noite", disse.
Além dos itens que eram vendidos na época — e podem ser encontrados até os dias atuais — o Bazar do Papai, trabalha com serviços como o de pregar botões. Dona Tati Maeda, 78, mãe de Amélia, cuida do caixa e realiza os trabalhos de costura. "Os clientes costumam falar que o dia que o bazar fechar não sabem o que será deles. Aqui tem de tudo um pouco", destaca ela.
Emoção
Quase seis décadas após a inauguração, o cenário que compõe o bazar continua igual. Os móveis antigos, de madeira nobre, idealizados por Isamu, e o piso vermelho cativam os que visitam. Sobre quem esteve no local quando criança e volta na vida adulta, Amélia conta que é comum haver emoção.
"Muita gente chora, porque lembra que visitava o bazar com os avós ou porque fez enxoval dos filhos, que hoje são adultos, aqui. Eles pedem para não trocarmos os móveis, nem mexermos no cenário, pois essa é a essência do local", explica.
Com a mudança nos formatos de comercialização, o bazar começou, recentemente, a realizar vendas on-line. Hoje, enviam para outros estados e recebem clientes, que descobrem a loja por meio das redes sociais, de todas as regiões do Distrito Federal. O marido de Amélia, Walisson Mota Cardoso, 44, também ajuda na gestão do espaço. Para o alívio dos clientes, o comércio, que tornou-se um negócio de família, não tem data para acabar.
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