O Dia Internacional do Orgulho LGBT+, na sexta-feira (28/6), foi celebrado com arte e identidade no Fest Drag. Peruca, plumas, cílios postiços, criatividade e um pouco de exagero, e todo o público foi convidado a despertar a performista que existe dentro de si.
A oficina de montação que ocorreu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) marca a programação do evento organizado pelo Distrito Drag, que segue até domingo (30/6) com show de comédia, performance, oficinas e debates.
André Galiardo, ou melhor, Linda Brond, performa há 30 anos e explica que drag não tem a ver apenas com gênero ou sexualidade, vai muito além. "É uma expressão artística, vem muito do que a gente tem dentro e não solta", explica. "Como a drag é explosiva, colorida, espalhafatosa, a gente consegue tirar de dentro de nós ali essa drag que explode de brilho e cor"
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A arte drag embala momentos em família na casa de Priscila Gomes. Apaixonada por Rupaul's Drag Race, ela foi para a oficina acompanhada da filha e do genro. "É muito bacana esse mundo que a gente pode ser o que quiser, fazer o que quiser".
Para a filha Yasmin Gomes, de 15 anos, a arte drag é uma forma de se conectar consigo. "Eu acabei descobrindo mais sobre mim mesma", conta.
Espaço para novas drags
Uma das responsáveis pela oficina, Ingridy Carvalho dá vida à Nágila Goldstar há 10 anos. "A arte drag, para mim pelo menos, veio muito desse lugar de me expressar, de trazer para o palco, de trazer para cena o que eu quero falar, o que eu quero denunciar também porque da arte drag também é uma arte política", aponta.
Na oficina, ela pôde orientar e presenciar o "nascimento" de novas drag queens. "Eu fico muito feliz de ver mais pessoas interessadas em dar continuidade a essa arte que é tão importante, principalmente por várias outras que vieram antes da gente abrir esse caminho para que a gente possa estar aqui hoje", comemora. "Acho também que é muita coragem chegar aqui, se expor, fazer uma maquiagem e performar, como elas fizeram hoje".
E teve drag nos mais diversos estilos e nomes. Priscila se transformou em Joelma Jolie, Yasmin, em Lady Rose. Marcela Chiabai se transformou em Elvira Marguerita e Thiago em Nina Lorenzi. O CEO do Centro LGBTQIA+ de Brasília, Julio Cardia, trouxe a Dráuzio Valéria, uma artista que fala sobre saúde para a comunidade. Além de Jorgina Machadão — a drag desta repórter do Correio —, que também entrou na brincadeira. Confira:
O multiartista e psicólogo Gael Guerrero se aventurou pela primeira vez na arte drag. Apaixonado por drags queens e kings, ele deu vida à Iara Poison. "Eu tô buscando estar me sentindo diferente do que eu sou, entrando nessa persona, acho que vai ser legal".
Para ele, que é uma pessoa não binária, a transformação é um modo de explorar a própria identidade. "Eu costumo ter uma performance de gênero mais não binário para o masculino, e hoje eu tô querendo soltar uma uma parte que eu faz tempo que eu não encontro".
No final, teve performance individual e em grupo com direito à coreografia e espacate. E ainda tem mais programação por aí.
A programação é gratuita. Para participar, basta retirar o ingresso no link disponível na página do evento e adentrar nesse mundo de muito arte e muito brilho.
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