Empreendedorismo

Mulheres enviam proposta de políticas públicas para o empreendedorismo feminino

Documento dado ao GDF aponta para maior presença feminina no desenvolvimento regional. Texto entregue foi elaborado na 1ª edição do evento Movimente — Mulheres Criativas Quebrando Barreiras.

Governador pretende efetivar as propostas entregues pelo Sebrae-DF -  (crédito: Renato Alves/Agência Brasília)
Governador pretende efetivar as propostas entregues pelo Sebrae-DF - (crédito: Renato Alves/Agência Brasília)

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), recebeu um documento oficial com 51 propostas de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo feminino e da paridade de gênero na capital federal. As medidas foram debatidas por especialistas, em sua maioria mulheres, representantes dos setores produtivo, judicial, acadêmico e, também, do Executivo e Legislativo. O texto entregue foi elaborado na 1ª edição do evento Movimente — Mulheres Criativas Quebrando Barreiras. O evento, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF), ocorreu entre 29 de fevereiro e 1º de março.

As diretrizes estabelecidas propõem estimular uma maior participação feminina na área empresarial. Nesse sentido, a promoção de oportunidades para as mulheres do DF contribui para que elas alcancem a independência financeira, a ascensão social e a paridade de gênero. Ao todo, 97 especialistas colaboraram na definição dessa agenda, categorizada em 11 eixos temáticos. Foram incluídos objetivos relacionados a ambiente de negócios e trabalho, campanhas e consciência social, combate à violência e abusos, cultura e educação, políticas de estímulo e representatividade, redes de apoio e governança, redução das desigualdades, saúde, segurança, e sucessão familiar.

"Espero ainda hoje (ontem) me reunir com o secretário de Governo, José Humberto, para trabalhar em um decreto recepcionando essas medidas (do Movimente), para que possam ser aplicadas no nosso território", afirmou Ibaneis em pronunciamento, ontem, no Palácio do Buriti. O Sebrae trabalha com a expectativa de que outros estados sigam o exemplo da capital federal e adotem as propostas.

O governador comentou que, desde seu primeiro mandato, o trabalho do Sebrae-DF está fortemente integrado ao GDF. Essa parceria tem ajudado a região a conseguir novas parcerias para o seu desenvolvimento. "Fizemos um compromisso, ainda em 2019, com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e o presidente do Sistema-CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, se comprometeu a investir R$ 1 bilhão no DF", lembrou.

Parte dos recursos da CNC começou a ser investida, segundo Ibaneis, principalmente "na constituição de mão de obra qualificada". No ano passado, 458 mil alunos passaram por programas de educação empreendedora vinculados ao Sebrae, de acordo com a instituição.

Ele ressaltou haver uma legislação que permite o aumento de empresas para prover o crescimento do Distrito Federal voltado à iniciativa privada. "Esse é o caminho da liberdade econômica que queremos", declarou. "Quem gera emprego é o empresário. O governo gera 'cabide' de emprego, então nós temos que trabalhar exatamente facilitando a vida do empresariado", defendeu o governador.

Segundo o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Brasília é a quarta melhor cidade, entre as 100 maiores do país, para se empreender. Em 2017, a capital federal figurava na 17ª posição do ranking.

"Isso é fruto de políticas públicas, de uma sociedade atenta, de entidades empresariais comprometidas e, sem dúvida nenhuma, dessa pujança que o governador coloca na valorização do empreendedor", disse a superintendente do Sebrae-DF, Rose Rainha. Ela lembrou que, quando Ibaneis assumiu o governo, o tempo para a abertura de uma empresa era de 36 horas e, atualmente, são nove horas, em média.

Rose, que também discursou no evento, explicou que, antes de propor as 51 medidas que compõem o relatório do Movimente, o Sebrae-DF realizou um estudo na capital federal. "Começamos com uma pesquisa qualitativa com CEOs e fomos até as mais diversas regiões administrativas, na etapa quantitativa, ouvindo milhares de mulheres, para entender quais são as dificuldades delas para empreender", pontuou.

A educadora Cosete Ramos participou ativamente dos fóruns de discussão do Movimente. Ela considerou que "a natureza conceitual" do documento "é a liberdade da mulher empreender onde ela quiser". "Nós queremos as mesmas chances que os homens têm em Brasília para empreender e ter sucesso nos seus negócios", sintetizou.

Mônica Monteiro, presidente do Capítulo Brasileiro do Brics Women's Business Alliance, disse que os problemas das empreendedoras no Brasil são semelhantes aos das que moram nos demais países do grupo, como a violência e a desigualdade salarial, por exemplo.

 

 

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postado em 29/06/2024 03:10
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