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Infância

Pais atentos garantem férias seguras; veja dicas

Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) destacara as quedas, cortes, choques, queimaduras e afogamentos como os acidentes mais frequentes nesta época

Karen ao lado filho Joaquim, que sofreu acidente doméstico -  (crédito: Davi Cruz/CB/DA Press)
Karen ao lado filho Joaquim, que sofreu acidente doméstico - (crédito: Davi Cruz/CB/DA Press)

Para as crianças do DF, um dos períodos mais aguardados do ano está próximo: as férias. A chegada do mês de julho e o início de agosto são celebrados também pelas famílias, que encontram nesses dias a chance de tirarem momentos de lazer em passeios e viagens. A criançada fica mais agitada do que o comum, pois algumas delas estarão em casa cheias de energia para gastar. A reportagem do Correio conversou com Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e com a pediatria da Maternidade Brasília, que destacaram as quedas, cortes, choques, queimaduras e afogamentos como os acidentes mais frequentes nesta época, e alertaram para a necessidade de os pais estarem sempre vigilantes com os filhos.

Cuidados

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as principais medidas a serem tomadas pelos responsáveis neste período são: proteger as tomadas com tampas e as janelas com redes de proteção, evitar acendedores (isqueiros, fósforos e velas) ao alcance das crianças, colocar em local seguro facas e outros materiais que possam provocar ferimentos, guardar materiais de limpeza e outros líquidos que possam ser confundidos com bebidas usuais, evitar manter objetos e brinquedos na piscina para que não atraiam a atenção das crianças e, quando estiver cozinhando, manter as panelas nas posições (bocas) da parte de trás do fogão, com os cabos voltados para o lado de dentro.

Segundo o major do CBMDF Geraldo Teixeira, toda e qualquer ação dos pais ou responsáveis adultos deve ser realizada com o intuito de proteger e preservar a integridade dos filhos. Teixeira destaca que durante este período de férias as crianças ficam com mais tempo ocioso e os pais devem estar sempre vigilantes. "Muitas vezes, essas curiosidades e descobertas das crianças podem levar a riscos de acidentes ou até à morte. Por isso, é importante que elas sejam constantemente monitoradas pelos responsáveis adultos", alerta.

Apesar de toda vigilância dos pais, em alguns casos, por algum deslize, as crianças acabam se machucando. Quando acontecem esses acidentes, é necessário comunicar ao Corpo de Bombeiros, que realizará os primeiros-socorros e, se for preciso, conduzirá a vítima à unidade de saúde ou hospital mais próximo.

De acordo com Sandi Sato, pediatra da Maternidade Brasília, durante o período de férias, os atendimentos a crianças por acidentes tendem a aumentar. Essa crescente de casos ocorre por vários fatores, como ter mais tempo livre para brincadeiras ao ar livre, viagens e uso de piscina. Sandi destaca que no passado não existia essa "sazonalidade", eventos que sempre acontecem em uma determinada época, pois eram atividades que pertenciam ao dia a dia dos pequenos. Mas com a urbanização, esse tempo foi reduzido aos períodos de férias.

Segundo a pediatra, os casos mais comuns são as quedas e traumas que levam a lesões como cortes, contusões e fraturas. Queimaduras, afogamento, engasgo e intoxicação também estão entre os acidentes mais frequentes. Sandi alerta para a importância de manter a calma durante esses episódios. "Por mais difícil que seja, é muito importante ficar tranquilo, devido à necessidade de avaliar de forma criteriosa a gravidade da lesão", relata.

Alguns critérios devem ser avaliados, calmamente, como a quantidade de sangramento, o estado de consciência, a orientação e a avaliação da dor. Para cada tipo de trauma são realizados cuidados específicos. Por exemplo, em casos de fratura imobilize a área; em episódios de sangramentos, faça uma compressão com um pano limpo para contê-lo. Sandi também enfatiza a necessidade de sempre buscar atendimento médico e evitar qualquer receita caseira, como uso popular de pasta de dente em queimaduras. 

Relato

Há cinco anos, a contadora Karen Batista da Silva, 41, teve de enfrentar um grande desafio, o acidente do filho mais novo, Joaquim Miguel, 8. A criança brincava no quintal da casa, localizada em Sobradinho II, que passava por reformas nas áreas internas e externas. O pequeno, que na época tinha 3 anos, tomava banho de mangueira com os primos no quintal e agarrou uma fiação exposta, que segundo a mãe se assemelhava a um varal, ocasionando um choque elétrico. 

Karen relata que no mesmo instante abriu o portão, desligou o relógio e cortou a energia, mas o choque foi muito forte por ter sido a mesma carga que vinha da rua. Durante o episódio, a criança sofreu uma parada cardíaca e levou mais de 25 minutos para ser socorrida pelos profissionais de saúde. "Sou muito grata à UPA de Sobradinho por tudo que eles fizeram, porque eles passaram do protocolo que pede 40 minutos para reanimação e tentaram por muito mais tempo. Foi isso que trouxe o meu filho à vida novamente. Foi um milagre", disse com emoção.

Atualmente, o filho Joaquim vive com sequelas do acidente. A contadora explicou que somente após o episódio tomou as medidas de prevenção e proteção a determinados acidentes. "São casos que pensamos  que nunca vão acontecer conosco, mas só tomamos atitudes depois", enfatiza. "Os amiguinhos que ele tinha antes, hoje não tem mais. É uma rotina que muda não só para criança, mas para família inteira", conta Karen.

Mesmo com os desafios após o caso, Karen relata que a fé foi muito importante para enfrentar esse momento. "Tenho muita gratidão a Deus, porque por uma hora eu chorei a morte do meu filho. Eu tive que dar essa notícia para os meus parentes. Mas sou muito feliz porque tenho meu filho hoje comigo", comenta.

 

 

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postado em 28/06/2024 03:00 / atualizado em 28/06/2024 12:44
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