Por volta das 6h da manhã desta quinta-feira (27/6), moradores do Guará Park se manifestaram contra o atraso nas obras de asfaltamento da principal via de acesso aos condomínios do Guará Park. Em protesto, dois pontos do Setor Habitacional Bernardo Sayão foram interditados com pneus incendiados e cartazes com os dizeres “18 meses de abandono e desrespeito” e “chega de poeira e lama”.
De acordo com a prefeita comunitária do Guará Park, Gleide Soares, há um trecho de 600m na UBS 07 que havia sido asfaltado pelos próprios moradores no passado. No início de 2023, o asfalto foi retirado pela Novacap e, em abril daquele ano, a Secretaria de Estado de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF) fez uma licitação para concluir um conjunto de obras na região, incluindo a pavimentação da rua. A princípio, a previsão era de que até o fim do mês de setembro de 2023 o asfaltamento estaria concluído.
No entanto, “desde essa data, foram encontrados problemas no contrato das empresas que estavam no consórcio para realizar a obra, e ficamos com o serviço parado quase o ano (passado) todo”, afirmou Gleide.
Além dos 600m de pavimentação na UBS 07, a licitação previa o asfaltamento das ruas internas de oito condomínios do Guará Park (do 54 até o 62), a duplicação da via do lote 1, que é da EPTG até a altura da chácara 52, além da construção de bacias para contenção de águas pluviais.
“Quando chegaram as chuvas, no ano passado, as obras não puderam prosseguir, porque não havia como cavar para fazer a parte hidráulica”, observou a prefeita. “Fizemos várias reuniões com a secretaria de obras, prevendo os problemas que poderiam acontecer. Em janeiro de 2024, choveu muito certo dia, e dois carros foram engolidos por crateras que se formaram na rua”, completou.
Gleide afirmou, ainda, que quando Walter Casimiro assumiu a SODF, estabeleceu um novo prazo para a conclusão das obras, fixando a data de 15 de junho de 2024. A prefeitura comunitária foi informada de que a pavimentação ainda não foi realizada devido à necessidade de rebaixar a rede de água, serviço a ser prestado pela Caesb.
“Para mim, essa é a desculpa da vez”, reclamou o síndico da chácara 56 do Guará Park, Eduardo Meireles. “Desde que começou o período de estiagem este ano, até vimos algumas máquinas trabalhando dentro dos condomínios, mas foi passando o tempo e a concretagem da rua não se resolveu. Passamos novamente uma temporada de chuvas no meio da lama”, criticou.
“Por conta da falta de asfaltamento, há um desnível de pelo menos 50 cm entre a rua e as calçadas. Na altura onde está o piso, eles ainda terão que fazer terraplanagem para nivelar, o que exigirá mais tempo”, disse. Segundo Eduardo, os prejuízos aos moradores não cessam, pois o maquinário que está trabalhando nos condomínios está destruindo as calçadas e até causando rachaduras nos pisos dos imóveis, devido à vibração.
“A revolta é porque mesmo que fosse necessário fazer esse rebaixamento da rede hidráculica, são apenas 600m para asfaltamento e isso está parado há 18 meses. Os moradores se mobilizaram, cobrando, justamente, uma data. O secretário de Obras esteve no protesto e falou publicamente que o GDF falhou nessa prestação de serviço. Ele prometeu que em 30 dias a obra da UBS vai sair”, concluiu a prefeita.
Eduardo ressalta que as obras precisam sair do papel para que o setor do Guará Park seja regularizado. “Para que possamos comprar os lotes da Terracap, o GDF tinha que concluir a parte de infraestrutura do setor, e isso vem se arrastando há anos”, cobrou.
O Correio entrou em contato com a secretaria de Obras, mas não obteve retorno dos questionamentos. O espaço permanece aberto para manifestações.
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