Feminicídio

Emoção e revolta marcam enterro de vítima de feminicídio

Jainia Delfina foi velada e sepultada no Campo da Esperança, em Taguatinga. Cerca de 100 pessoas compareceram ao local

Emoção e revolta marcam enterro de Jainia Delfina, vítima de feminicídio
 -  (crédito: DA Press/ Ed Alves )
Emoção e revolta marcam enterro de Jainia Delfina, vítima de feminicídio - (crédito: DA Press/ Ed Alves )

Na manhã desta terça-feira (18/6), o corpo de Jainia Delfina de Assis, 42 anos, assassinada a facadas no último sábado (15/6), foi velado e sepultado no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga.

Iniciado às 9h, na capela 4, o funeral reuniu cerca de 100 familiares, amigos, e vizinhos que, emocionados, despediram-se de Jainia. Erodaque de Almeida, 55 anos, contou ao Correio que conhecia Jainia há 25 anos, creceram juntos e compartilharam boas memórias dos tempos de adolescência. Revoltado, lamentou que batizaria o filho mais novo de Jainia, mas que não teve tempo. “Eu recebi a notícia no sábado, tinha acabado de chegar do trabalho e minha esposa me ligou avisando”, lembrou.

Erodaque descreveu o autor do crime como calado e introvertido. Contou que estiveram juntos em algumas ocasiões, mas que o homem costumava ficar calado, apenas observando tudo que ela fazia e falava. “Na quinta-feira (13/6) eu tomei uma cerveja com ele e dois dias depois recebi a notícia do que ele tinha feito", lembrou.

Bridgite Sardngrb, 54, declarou que o autor do crime destruiu a família. “Agora os filhos vão cada um para um lado. A criança de quatro anos, que vivia nos braços da mãe, agora vai ter que viver na casa do pai. É muita tristeza, para os irmãos dela, para todos os filhos. Eu quero que ele apodreça lá.”

“O sentimento é que venha a justiça do senhor. Ele já está preso e única coisa que a gente pede é que a Justiça não libere ele, porque se ele fez isso várias vezes, continuará fazendo”, declarou Bridgite.

Wenderson Aparecido Ananias de Moura, 36, foi preso em flagrante um dia depois do crime, na manhã de domingo (16/6), pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Momentos antes da chegada dos policiais, populares agrediram o homem, que teve de ser encaminhado ao Hospital de Base (HB) para passar por exames.

Na tarde dessa segunda-feira (17/5), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) converteu de flagrante para preventiva a prisão do autor.

Relembre o caso

O assassinato aconteceu no último sábado (15/6). A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada por volta das 12h50, quando o filho mais novo de Jainia, de quatro anos, pediu ajuda a um homem, informando que a mãe estava dormindo sobre uma poça de sangue. No local, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), constatou o óbito. Jainia, que foi morta com duas facadas no pescoço.

Familiares de Jainia contaram ao Correio que ela e Wederson viviam, há menos de dois anos, um relacionamento marcado por brigas e agressões físicas, sobretudo quando estavam sob o efeito de álcool.

Em 2023, a vítima obteve uma medida protetiva contra o suspeito, que o proibia de permanecer na casa dela, de entrar em contato tanto com ela quanto com familiares, além de estabelecer um limite mínimo de 300 metros de distância.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 18/06/2024 12:51 / atualizado em 18/06/2024 14:58
x