Por Mariana Sellva, terapeuta psicanalista especializada em teoria e prática psicanalítica
A luta antimanicomial é desconstruir preconceitos acerca da saúde mental, além de defender pessoas que estão em estado de sofrimento e têm o direito fundamental à liberdade, à vida em sociedade, a um tratamento que seja digno. Entendemos que uma internação, muitas vezes, é algo necessário, mas não necessariamente é preciso um isolamento ou tratamento forçado. A luta antimanicomial vai contra manicômios, ambientes onde o paciente não tem uma posição de sujeito, de se questionar, de conhecer o que é o próprio diagnóstico, onde eles não têm ações de socialização.
Em clínicas mais humanizadas, o pacientes vai com uma motivação de retiro, de se retirar daquele local onde o volume da sociedade é muito alto para poder ouvir as próprias questões acompanhado por profissionais. O paciente vai ter um auxílio psiquátrico com medicações que ajudem e também psicológico. Ele fica em uma posição de retiro, mas ainda como protagonista e desempenhando sua autonomia.
Manicômios são lugares de isolamento e tratamentos forçados que, às vezes, não tem a ver com o que o paciente precisa. Precisamos lutar por ambientes mais capacitados e humanizados onde a pessoa em estado de sofrimento tenha um tratamento digno independentemente de crença, religião, gênero, raça ou poder aquisitivo.
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