O delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa, é acusado pela companheira de tentar jogá-la de cima de uma ponte no centro de Brasília, entre a L2 Sul e a Norte. O caso ocorreu na noite de quarta-feira (12/6) e é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Em depoimento prestado à Polícia Civil, a mulher de Durval, Fernanda Gabriela, contou que os dois tiveram uma discussão enquanto ela dirigia, quando o delegado aposentado passou a insinuar que mandaria matá-la caso descobrisse uma traição. Segundo ela, o delator passou a puxar o volante do carro e acabou colidindo em uma barra de proteção.
No boletim de ocorrência, ao qual o Correio teve acesso, Gabriela detalhou aos investigadores que, logo após os dois saírem do carro, “Durval passou a puxar a declarante, como se quisesse jogá-la de cima do viaduto em que estavam”. Disse, ainda, que o marido teria usado cocaína antes do ocorrido.
Durval optou por esperar a presença da advogada para falar com os investigadores. O delator reiterou, na delegacia, que os dois saíram de casa para ir ao psicólogo e, após a ida a sessão, foram para um “lugar afastado” para usar cocaína. Durval alegou que Fernanda conduziu o carro de maneira perigosa, com manobras arriscadas, o que motivou o delator a tentar segurar o volante e impedir um acidente.
Durval contou outra versão da história e afirmou que, na verdade, Fernanda Gabriela teria tentado jogar o marido da ponte. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) como vias de fato no âmbito da Lei Maria da Penha.
A reportagem tentou contato com a defesa de Durval Barbosa, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Tragédia
Os dois já foram casados em 2022, quando a mulher esfaqueou o delator na barriga em setembro daquele ano. Após o ocorrido, Durval entrou com um pedido de separação e, com a absolvição dela do processo, os dois retomaram o casamento, oficializado em janeiro deste ano, conforme mostrado pelo Correio.
Presa e autuada por tentativa de homicídio, Fernanda assumiu, em depoimento prestado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), à época, que teria usado cocaína antes de esfaquear o marido. A mulher passou por audiência de custódia e a Justiça determinou a prisão preventiva dela.
Nas alegações finais, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu a absolvição sumária da ré, já que laudos de exames psiquiátrico indicaram que, na época dos fatos, a capacidade de entendimento e autodeterminação da ré se encontravam abolidas.
No laudo, havia citação de apresentação de um quadro de “sintomas compatível com o diagnóstico de psicose não orgânica, sendo caracterizado por delírios, alucinações, desordens do pensamento e dos movimentos”, em um quadro de insanidade mental. Antes de esfaquear Durval, Fernanda passou por uma situação de falecimento de gêmeos recém-nascidos. Ela também teria usado cocaína no dia da tentativa de homicídio.
Com isso, o juiz concordou com o pedido do MP e da defesa de Fernanda e absolveu sumariamente a ré, mas impondo uma medida de segurança, que é o tratamento ambulatorial, pelo prazo de dois anos. A juíza Nayrene Souza Ribeiro da Costa também revogou algumas medidas cautelares de quando concedeu liberdade provisória à ré. Agora, ela poderá manter contato com Durval.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br