Investigação

Ex-distrital foi candidato laranja nas eleições de 2022, aponta investigação

Berinaldo Pontes foi alvo de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira em Planaltina

Candidato a distrital na última eleição, Berinaldo conseguiu repasse de R$ 1,2 milhão do Pros  -  (crédito: Ed Alves/ CB/ D.A Press)
Candidato a distrital na última eleição, Berinaldo conseguiu repasse de R$ 1,2 milhão do Pros - (crédito: Ed Alves/ CB/ D.A Press)

O ex-deputado distrital Berinaldo Pontes foi alvo de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal em Planaltina, na manhã desta quarta-feira (12/6). Fontes ouvidas pelo Correio pontuam que o ex-parlamentar figurava como “laranja” no esquema de desvios do fundo partidário e eleitoral do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) nas eleições de 2022. Berinaldo foi deputado distrital de 2007 a 2010. 

Os policiais federais cumpriram o mandado na residência de Berinaldo. De acordo com as investigações, o ex-distrital faz parte de um seleto grupo de candidaturas laranjas nas eleições, com o intuito de recebimento de dinheiro do fundo partidário.

Candidato a distrital na última eleição, Berinaldo conseguiu repasse de R$ 1,2 milhão do Pros – que foi incorporado pelo Solidariedade em 2023. Ele recebeu 1.964 votos na eleição. Os investigadores consideram a candidatura dele laranja, mas investigam o caso. Ele chegou a presidir o partido no Distrito Federal. 

À reportagem, fontes salientam que a partir dessas candidaturas, o grupo criminoso teria lavado o dinheiro desviado para a criação de empresas de fachada. Outro alvo da operação é Eurípedes Gomes Júnior, presidente nacional do Solidariedade. Os agentes tentam cumprir o mandado em aberto contra ele, mas até o momento não foi encontrado.

O Correio entrou em contato com defesa de Berinaldo. Em nota, o distrital afirmou que "demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivados que propiciaram a sua busca e apreensão, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial."

Investigações

Segundo a PF, as investigações tiveram início a partir de denúncia de um presidente de partido, que acusou um ex-dirigente de desviar aproximadamente R$ 36 milhões.

Ao todo, estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no Distrito Federal, bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis, deferidos pela Justiça Eleitoral do DF.

"Por meio de Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos, foram localizados indícios que apontam para existência de uma organização criminosa estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido", informou a PF.

Os atos de lavagem de dinheiro foram identificados por meio da abertura de empresas de fachada, aquisição de imóveis e superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido.

Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.

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postado em 12/06/2024 09:51 / atualizado em 17/06/2024 20:37
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