INVESTIGAÇÃO

MP investiga sargento da PM suspeito de cooptação para pirâmide financeira

Em operação denominada Madoff, foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão em alvos, pessoas físicas e jurídicas tanto no DF quanto em Luziânia

MPDFT investiga esquema de pirâmide financeira -  (crédito: Reprodução/MPDFT)
MPDFT investiga esquema de pirâmide financeira - (crédito: Reprodução/MPDFT)

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga a existência de um grupo criminoso que estaria aplicando estelionatos e crimes contra a economia popular, mais conhecidos como pirâmides financeiras. Os autores estariam apresentando falsas ofertas de investimentos que teriam rentabilidade mensal de 10%. O MPDFT, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) cumpriu, na última terça-feira (10/6), mandados judiciais de busca e apreensão em alvos, pessoas físicas e jurídicas no DF e em Luziânia, Goiás.

A apuração do crime se iniciou na Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) após um sargento da corporação, identificado como Matheus Soares Maia, cooptar diversos policiais militares a participarem de uma suposta rede de investimentos em criptomoedas em uma empresa chamada Liberty Up. A empresa acabou quebrando, como sempre ocorre em fraudes dessa natureza, e então gerou prejuízo e frustração dos investimentos feitos por uma parcela considerável do efetivo do 6º Batalhão da Polícia Militar.

Além do policial militar responsável pela cooptação dos colegas da corporação, outros civis também estavam envolvidos no esquema criminoso. Mediante a obtenção de expressiva vantagem indevida, os investigados passaram a realizar diversas operações, o que inclui transações com criptoativos que, em 2022, alcançaram valores próximos de R$ 4 milhões. Além disso, apurou-se que o policial militar recebeu cerca de R$ 6 milhões em suas contas correntes, montante incompatível com sua renda mensal como policial militar do Distrito Federal.

Além do aporte de moeda, identificou-se também que vítimas chegaram a transferir imóveis ao grupo a pretexto de terem o valor correspondente investido pelos autores. Estima-se que o prejuízo com as fraudes seja ainda muito maior que o apurado até o momento, diante do elevado volume de vítimas.
Nesse cenário apuram-se crimes contra a economia popular, de estelionato, lavagem de capitais e associação/organização criminosa. O nome Madoff é uma alusão a Bernie Madoff, conhecido como o responsável por uma das maiores “pirâmides” financeiras da história.

*Com informações do MPDFT

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postado em 11/06/2024 18:14
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