Mobilidade urbana

"Estamos prontos", garante secretário sobre VLT entre DF e Luziânia (GO)

De acordo com chefe da Semob, o DF tem condições de receber o VLT que liga as duas cidades. O projeto gira em torno de R$ 500 milhões, segundo estimativa do CBTU

O VLT pode atingir uma velocidade de até 80 km/h, conectando o Distrito Federal à Luziânia -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O VLT pode atingir uma velocidade de até 80 km/h, conectando o Distrito Federal à Luziânia - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O secretário de Transporte e Mobilidade (Semob) Zeno Gonçalves, garantiu, durante audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Urbano, na Câmara dos Deputados, que o sistema de transporte público do Distrito Federal está pronto para comportar a implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) entre Brasília e Luziânia (GO).

O VLT pode atingir uma velocidade de até 80km/h, conectando o Distrito Federal à Luziânia. O veículo passaria por Jardim Ingá, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás e Cidade Jardim. Já no DF, pelo Park Way, Núcleo Bandeirante, Guará e Setor de Indústrias, com destino à Estação Rodoferroviária. O projeto gira em torno de R$ 500 milhões.

“Nós entendemos que a população do Entorno é irmã do DF. À respeito da operação e integração, de como o Governo do Distrito Federal (GDF) irá recepcionar (os passageiros), tudo isso está planejado. Nós estamos prontos. O nosso sistema de transporte está pronto para recepcionar e fazer a integração na Rodoferroviária”, garantiu Zeno. “Nós já recebemos essa população todos os dias. E, evidentemente, o equilíbrio econômico-financeiro para o usuário, para ele não pagar (tanto) mais, é fundamental”, completou o chefe da pasta.

A iniciativa do encontro ocorreu por parte da deputada federal Lêda Borges (PSDB-GO) e do senador Wilder Morais (PL-GO).

VLT

Engenheiros da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) — estatal vinculada ao Ministério das Cidades — analisaram que o estado de conservação dos trilhos que ligam as duas cidades não atendem plenamente as condições de operação de passageiros e, por isso, necessitaria de reformas. “Consideramos a rodovia, hoje, ociosa. A grade de interesse do passageiro é os horários de pico e, se for assim, não teríamos conflito com a circulação de trens de carga, mas é necessário uma infraestrutura melhor”, explicou o engenheiro André Jóia.

“Nós notamos que há um ponto de cruzamento entre as linhas (do VLT e do Metrô-DF). Entendemos que pela capacidade de transporte, estamos propondo no estudo de operação em uma composição de 1.200 passageiros, em dois VLTs acoplados. (Na nossa concepção) Para se deslocar ao Plano Piloto, poderia ser feita uma composição com o metrô, ou com a estação terminal na Rodoferroviária”, explicou Jóia, no estudo apresentado após pedido de deputados federais.

De acordo com o projeto apresentado, seriam 10 VLTs (5 composições). A velocidade máxima seria de 80 km/h e a média de 40 km/h. O tempo de parada nas estações seria de 0,5 minutos e o horário de operação das 5h20 às 21h. O percurso, no total, duraria 92 minutos, com headway (intervalo) no horário de pico de 35 minutos entre cada VLT.

O projeto apresentado pela CBTU elenca, ainda, que a capacidade por hora é de 2.240 pessoas, sendo possível a capacidade total, por dia, de 24.640 passageiros. Serão 22 viagens por dia, sendo 14 no horário de pico e 8 durante o dia. 

“Em um cenário um pouco mais otimista, poderíamos conseguir do Jardim Ingá até a Rodoferroviária, um tempo de percurso de 72 minutos. Já de Valparaíso até a Rodoferroviária, de 50 minutos”, explicou o engenheiro Daniel Freitas.

A tarifa do VLT seria de R$ 6. De acordo com a CBTU, no estudo, os maiores custos seriam a compra dos trens, já que existe uma estrutura pré-existente nos locais. A empresa é responsável por administrar os sistemas ferroviários de passageiros em João Pessoa, Maceió, Natal e Recife.

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postado em 05/06/2024 00:04 / atualizado em 05/06/2024 15:59
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