Incêndio

Apartamento onde idosa morreu incendiada passará por terceira perícia

Lauro Estevão, um dos filhos da idosa morta quando o apartamento pegou fogo, em Águas Claras, vai responder por esse crime porque entrou no local, que estava interditado, sem autorização da polícia

Incêndio aconteceu em 31 de maio no Residencial Monet -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Incêndio aconteceu em 31 de maio no Residencial Monet - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O apartamento onde Zely Curvo, 94 anos, morreu durante um incêndio, em Águas Claras, passará por outra perícia nesta terça-feira (4/6). Pela terceira vez, peritos do Instituto de Criminalística (IC) vão tentar identificar o foco e o início das chamas. Conforme o Correio revelou em primeira mão, um dos filhos da idosa, o ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo, foi autuado pela Polícia Civil (PCDF) nessa segunda-feira (2/6) por fraude processual. Fontes ligadas à investigação afirmaram à reportagem que o homem entrou no imóvel — que está interditado — sem a autorização da polícia. 

O incêndio ocorreu na manhã de sexta-feira (31/5) e atingiu o apartamento onde Zely e Lauro moravam, no Residencial Monet. No momento do fogo, apenas a idosa estava no local. A idosa vivia acamada, sofria de demência e estava sob os cuidados do filho. Ainda na sexta-feira, os técnicos fizeram uma perícia minuciosa nos cômodos para descobrir como as chamas começaram e não chegaram a uma conclusão. 

Ontem, os policiais retornaram ao apartamento e fizeram uma nova perícia, mas, novamente,  não conseguiram determinar o foco do incêndio. A polícia descobriu que Lauro havia entrado no imóvel, que está interditado, e o autuou por fraude processual. Em depoimento prestado na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) — unidade que investiga o caso —, ele contou que havia ido à residência para buscar roupas e alimentos deixados na geladeira.

Sigilo

Fraude processual é o crime em que o autor é responsável por modificar o local onde o fato ocorreu, os objetos relacionados ou mesmo o estado das pessoas envolvidas, "com a finalidade de induzir o magistrado ou o perito ao erro". Contudo, a polícia investiga se a versão contada por Lauro é verídica. Ele assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi liberado. 

A PCDF não descarta nenhuma linha de investigação e trata o caso sob sigilo. O Correio conversou com o advogado que representa o ex-médico. Ele afirmou que não vai se posicionar sobre o assunto. O espaço permanece aberto. 

 


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postado em 04/06/2024 03:55
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