Aniversário de Taguatinga

Papelaria mais antiga do DF guarda histórias que atravessam gerações

Na avenida comercial de Taguatinga, a Livraria e Papelaria Escolar atende há mais de seis décadas, estando, hoje, na terceira geração de clientes

Roberto Moura com a esposa: memórias afetivas -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Roberto Moura com a esposa: memórias afetivas - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Inaugurada em 1958, no Núcleo Bandeirante, a Livraria e Papelaria Escolar chegou a Taguatinga em 1960. Considerada a mais antiga do Distrito Federal, hoje é gerida pela segunda geração da família. O filho dos proprietários, Roberto Moura Martinez, 54 anos, tomou a frente do negócio após o falecimento dos pais. 

Roberto recorda que, localizada no mesmo endereço desde chegou à região, no centro de Taguatinga, a papelaria é testemunha de muitos momentos marcantes, como os desfiles que aconteciam na Avenida Comercial antigamente. "Com 8 anos de idade, eu já estava trabalhando na papelaria. Os anos se passaram, me formei em contabilidade e chegou uma hora que meu pai adoeceu, se afastou, então eu passei a trabalhar na loja direto." 

O atual proprietário diz que o comércio abriga relíquias que fazem parte da história da papelaria. "Aqui, nós temos, até hoje, coisas de 1960, as notas fiscais antigas, reportagens em que saímos no Correio Braziliense", ressalta. Se a gestão está na segunda geração, os clientes estão à frente. Hoje, a livraria atende netos das primeiras pessoas a frequentarem o local.

Confiança

Maria Cristina Carneiro, 59, é amiga de Roberto e da esposa dele há mais de 30 anos e, na papelaria, faz parte do quadro de funcionários há quase uma década. "A papelaria é um comércio tradicional, em que a gente ainda tem aquela coisa de leva e depois paga, há muita confiança e a gente quer deixar esses valores permanecerem, apesar de que nós estamos em um mundo competitivo, controverso e cheio de nuances."

Maria Cristina conta que o modelo antigo de venda não é oferecido apenas aos antigos clientes, confiam também nos que chegam para comprar pela primeira vez. "Eu não me lembro de um caso em que a pessoa tenha esquecido de pagar, muitas vezes elas voltam e falam: 'Lembra ficou faltando R$ 2? hoje vou completar'", relata. Toda a estrutura que forma a loja é a original. A funcionária explica que a intenção é preservar a essência do espaço. 

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 05/06/2024 04:00
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação