Neste domingo (2/6), familiares e amigos de Daniella di Lorena Pelaes, 46 anos, última vítima de feminicídio no Distrito Federal em 2024, promoveram uma passeata em Macapá (AP) para pedir justiça pela morte servidora pública.
A marcha buscou não apenas lembrar a tragédia, mas mobilizar a comunidade para o enfrentamento da violência de gênero. A irmã da vítima e prefeita de Pedra Branca do Amapari (AP), Beth Pelaes (União Brasil), destacou a barbaridade do crime. “Dói saber que minha irmã foi morta sem poder se defender. Isso é muito injusto. Ele foi egoísta e covarde ao fazer isso”, lamentou.
“Todos nós estamos abalados, sem saber o que fazer, e buscamos forças para fazer este ato e pedir justiça. Um assassino não mata só uma vítima, ele mata toda uma família mentalmente”, desabafou a prefeita.
O crime
Daniella di Lorena foi morta pelo ex-marido Janilson Quadros de Almeida, 37, dentro de um condomínio do Jardim Botânico, em 25 de maio. Os dois viveram um relacionamento de quatro anos, o qual gerou um filho de 3 anos. O algoz entrou no condomínio por volta das 5h30 e atingiu a vítima com golpes de arma branca na região do tórax. Após matá-la, Janilson tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital de Base.
Há dois meses, em 27 de março, ela denunciou Janilson por ameaça. O Correio teve acesso ao boletim de ocorrência feito pela vítima na ocasião. À polícia, Daniella contou que nunca havia sofrido agressão física, mas que, com frequência, era ameaçada pelo homem que, conforme o relato, era nervoso e de temperamento instável.
À época, Daniella conseguiu medida protetiva. Contudo, em 10 de maio, 15 dias antes de ser assassinada, entrou com pedido de revogação, que foi deferido pela Justiça. O Correio apurou com fontes policiais que ela voltou atrás após o autor alegar que estava fazendo tratamento psicológico e que gostaria de compartilhar a guarda do filho.
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