Quase três semanas após o início das enchentes no Rio Grande do Sul, os brasilienses continuam se mobilizando para ajudar na reconstrução do estado gaúcho. A capital do país dá exemplo para as demais regiões com centenas de arrecadações. Poder público, iniciativa privada e moradores da capital se unem em uma corrente de solidariedade para enviar doações ao estado gaúcho. Os produtos estão sendo transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Algumas das iniciativas mobilizaram um condomínio inteiro, como é o caso do Ville de Montagne, no Jardim Botânico. A arrecadação no condomínio começou no último dia 5, ideia de um morador nascido em Canoas, Rio Grande do Sul, e aposentado da Força Aérea Brasileira (FAB). "A adesão foi impressionante desde o primeiro momento", lembra Bia Souto, porta-voz da Associação de Moradores do Ville de Montagne, sobre a arrecadação. "Em apenas 24h, conseguimos encher um caminhãozinho e um Fiorino para entrega", conta.
Até agora, foram transportados três caminhões e dois Fiorinos lotados de doações — todo o processo é fotografado e registrado para prestação de contas. "Foi surpreendente, em apenas 15 dias de campanha, ver a quantidade de doações que arrecadamos", surpreende-se Bia. O Ville está aberto para receber doações de qualquer um que queira ajudar, recebendo mantimentos na guarita. Moradores de outros condomínios do Jardim Botânico, comerciantes da área e, até mesmo, associações religiosas já procuraram o local para contribuir.
"O Ville está funcionando 24h, com uma sala disponibilizada exclusivamente para guardar as doações. Lá, fica tudo separado por categorias: roupas de cama, material de limpeza, calçados, agasalhos, alimentos e água", explica a porta-voz. Nas últimas duas semanas, o condomínio tem recebido arrecadações de todos os tipos. "Já foram doados colchões, roupas de cama, roupa de banho, material de higiene e limpeza e muita água", lista.
Bia adianta que as listas dos pedidos de doação são atualizadas sempre após a saída de um caminhão de arrecadação, de acordo com as necessidades divulgadas pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. "Eles, por exemplo, já não querem mais produtos de limpeza líquidos, estão preferindo por produtos secos, mais fáceis de acondicionar e distribuir", aponta. "Outras prioridades são fraldas, agasalhos, alimentos enlatados e material de higiene", complementa. Quando questionada até quando serão mantidas as arrecadações, ela assegura: "Nós vamos manter as doações enquanto os gaúchos precisarem de nós".
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