Alunos de duas escolas do Distrito Federal celebraram, nesta quinta-feira (16/5), com diplomatas estrangeiros, historiadores e professores os 132 anos da missão que definiu boa parte da área atualmente ocupada pela capital federal, a chamada Missão Cruls. O evento, realizado no Instituto Histórico e Geográfico do DF, teve a entrega, pelo governo da Bélgica, de uma placa comemorativa à instituição sobre o feito desse grupo, que teve à frente o explorador belga Louis Cruls.
A cerimônia — em que participaram cerca de cem estudantes das Escola Classe 2, do Itapoã, e do Centro de Atenção Integral a Criança (Caic) Professor Walter José de Moura, de Taguatinga — foi aberta com a execução dos hinos do Brasil e do país europeu pelos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
A Missão Cruls — cujo nome oficial era Comissão Exploradora do Planalto Central — demarcou uma área de 14.400 km², segundo registros oficiais. A região delimitada à época, e que também fazia fronteira com Goiás e Minas Gerais, ficou conhecida como "Quadrilátero Cruls". Ele superava os atuais 5.800 km² de Brasília.
A inauguração da cidade projetada pelo urbanista Lúcio Costa a pedido do então presidente Juscelino Kubitscheck, em 21 de abril de 1960, deve seu nascimento ao que começou a ser esboçado, ainda no período colonial. O projeto da nova capital federal, que substituiria o Rio de Janeiro, porém, começou a ser tratado com mais afinco na gestão do segundo presidente da república, Floriano Peixoto (1891-1894). No mandato dele, foi nomeada a missão composta por 21 cientistas e chefiada por Cruls.
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O embaixador da Bélgica, Peter Claes, disse que o evento em que as crianças dos centros educacionais brasilienses participaram, ajuda a incentivar novas gerações a se interessar por pesquisas e pelas suas origens. Após sua fala, entregou a placa comemorativa confeccionada pelo artista belga Luc de Blik.
A coordenadora da escola do Itapoã, Ana Mello, concordou com a análise a respeito de uma maior integração das crianças com a história da cidade. E avaliou que a visita ao instituto permitia um contato com informações relevantes. "É uma oportunidade de aprendizagem viva, que muitas vezes eles (os alunos) só têm por livros. Esta vinda ao instituto traz para eles essa conexão de histórias que escutaram de seus familiares, mas que só aqui conseguem entender, na prática, através do acervo (do arquivo e da biblioteca)", avaliou.
A aluna da Escola Classe 2 Milena Taynara, 9 anos, estava contente. Comentou que, além de aprender, se divertiu e se sentiu valorizada: "A gente se sente importante em um lugar como este (o instituto)".
Os visitantes mirins tiveram uma aula sobre a construção de Brasília. Eles também estiveram no museu da instituição e conheceram documentos originais produzidos pela missão.
*Estagiária sob supervisão de Manuel Martínez