Ciência

Desvendando a vida a céu aberto em duas mostras científicas na UnB

Réplica de esqueleto de titanossauro recebe visitantes das novas exposições permanentes da universidade

Uma réplica, em tamanho real, do esqueleto de um titanossauro (Titanosaurus indicus) é o abre-alas de duas novas exposições permanentes, a céu aberto, no museu do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB). As mostras Desvendando o cretáceo e Desvendando o cerrado, inauguradas terça-feira (7/5), têm atraído — além de universitários — crianças e adultos. As exibições se juntam a outras duas preparadas pela instituição: Desde quando o mundo é mundo? e Cérebros iguais, porém diferentes.

A ossada do dinossauro — que, quando vivo, tinha 13 metros de comprimento, entre as extremidades do focinho e do rabo — foi produzida em uma impressora 3D. O trabalho reproduz a original do imenso réptil — que media 5 metros de altura —, encontrada no interior de São Paulo, em 2009, e única no país. "Ela foi achada no município de Marília e trazida para a UnB. Trata-se de uma espécie que ninguém havia descoberto (no Brasil), e que se alimentava só de plantas e andava em bando", explicou a diretora do Museu de Biologia, Julia Klaczko.

Depois das "boas-vindas" dadas pelos restos mortais do animal pré-histórico, os visitantes voltam ao passado. Ele assistem, por óculos de realidade virtual, a um filme que mostra como era ele agia em seu habitat natural.

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A empresária Geane Caetano, 32 anos, levou o filho Nicolas, de 14, para ver o bicho de perto e ficaram encantados. "Fiz questão de trazer (meu filho), quando soube (da exposição) por um grupo de mães", disse Geane. "Eu gosto de biologia, por isso quis vir", completou o garoto.

Além da Desvendando o cretáceo, ocorre paralelamente a Desvendando o cerrado, montada no Jardim Louise Ribeiro, no canteiro central do Instituto de Biologia. É uma montagem que reproduz o bioma do Centro-Oeste, com alguns espécimes de sua fauna e flora. "Uma coisa interessante do Cerrado é que a gente sabe que há animais, mas não os vemos. Só enxergamos rastros. Fizemos, então, pegadas e painéis mostrando de qual espécie é cada uma delas. É tudo em alto relevo", detalhou a diretora Julia Klaczko.

Ela acrescentou que essa montagem conta com a réplica de um cupinzeiro. "Muita gente não sabe, mas outros bichos também vivem dentro do cupinzeiro como forma de se proteger das temperaturas (altas), das queimadas e para se alimentar. É o caso de escorpiões, lacraias, lagartos", destacou.

Artur Rocha, de 5, ficou encantado com a estrutura de terra onde as colônias de cupins constroem ninho, túneis e salões. "Minha cunhada é mestre em botânica e trabalha no instituto. Quando ficamos sabendo, trouxemos Artur. Ele é apaixonado por dinossauros desde 1 ano de idade, e criou amor pela botânica por causa da tia", contou a mãe do menino, Irlane Rocha, ao lado do marido, Roney Rocha.

Atrações

Os visitantes do Instituto de Biologia têm à disposição outras mostras permanentes no museu da instituição. Uma delas, a Desde quando o mundo é mundo?, apresenta uma linha do tempo com a sequência das eras que o planeta Terra viveu. Desenhada no chão traz figuras das plantas e dos animais de cada período, desde o Pré-Cambriano. Outra é a Cérebros iguais, porém diferentes. Por ela, é possível conhecer diferentes formatos de cérebros, pertencentes a diferentes animais, além de curiosidades sobre o órgão e como ele permite a cada espécie interagir com o mundo.

De hoje até sábado (11/5), serão oferecidas palestras e minicursos que compõem os eventos da Semana do Ensino e da Divulgação Científica. A programação completa está no Instagram do museu. No último dia, haverá uma mesa redonda com a temática Falando de ciência: divulgação científica em mídias sociais.

O Museu de Biologia UnB, além de ser moradia para a única ossada completa de um Titanosaurus indicus encontrada no Brasil e sua cópia impressa, tem sob sua guarda mais 16 coleções científicas, com, aproximadamente, 800 mil exemplares de algas, plantas, fungos, invertebrados, vertebrados e fósseis.

Ao longo do ano, está aberto ao público, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h. Agendamentos apenas são necessários para visitas em grupo, que podem solicitá-las pelo perfil no Instagram @mbiounb, e se inscrever no link disponível na bio.

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