Um novo endereço para uma atração sempre bem prestigiada: aos moldes do Buraco do Jazz, bem difundido na cidade, a nova temporada do Eixão do Jazz (à altura da 207 Norte), reuniu, na tarde deste domingo (5/5), os amantes da sonoridade típica emanada pelos artistas norte-americanos, e difundida, mundo afora, desde o princípio dos anos de 1900. Vários grupos de mais de 350 pessoas se alternaram, para prestigiar artistas e DJs, desde as 12h, alinhados para tributo ao talento da chamada Rainha do Jazz Ella Fitzgerald, morta em 1996.
"Divulguei muito para o que o maior número de pessoas pudessem aproveitar. Veio tanta ansiedade com o evento de hoje, que comecei a me preparar ontem. Caprichei na matula, com sanduíches e bebidas, e acordei bem cedo para usufruir de um lazer de qualidade", comentou a professora de artes Garleuza Farias, 60 anos. Além de filha, sobrinha, neto e amigas, a professora trouxe para a animada ala do Eixão, a ilustre Nina Simone, uma cachorra de pedigree "internacional", como definiu. Antes da pandemia, Garleuza prestigiava atrações de jazz no Parque da Cidade e ainda ia no tradicional Buraco do Jazz. Em casa, junto com homenagens a Nana e Johann (parentes dela), há extensa lista de celebrações, com animais batizados de Janis Joplin, Rita Lee, Bono Vox, Cora (Coralina) e Frido. Num ambiente agradável, cercado de arte em livros, discos, vinis e pinturas, além de food truck, Alice Vieira, 28, estudante de ciências sociais, ressaltava o interesse no jazz, por integrar uma "família bem cultural".
Referência desde a adolescência da cantora Débora Sasb, 21 anos, um talento da Ceilândia (que se apresentou no Eixão do Jazz), Ella Fitzgerald, como Sasb destacou, rendia versatilidade e habilidade para repertório de músicas com outras roupagens montado pelos colegas músicos do Trio Nós Três, formado por Luis Porto (baixo), Leo Sena (bateria) e Vinicius Faraco (guitarra). "A gente não entende a música como uma grade fechada", destacou Vinicius, que se integrou aos amigos no grupo de estudo do professor Dido Mariano, versado em Prática de Conjunto. Stella by starlight e Solitude fizeram parte da apresentação de Débora Sasb, motivada em muito por álbum de Ella feito ao lado de Louis Armstrong (Ella & Louis) e de um documentário sobre a icônica cantora nascida em 1917.