ENTREVISTA

Bairro do Jóquei tem previsão de início para setembro deste ano

Em entrevista ao CB.Poder, o dirigente do setor imobiliário prevê que lotes do Jóquei sejam licitados no segundo semestre

Os benefícios do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) para uma expansão ordenada de Brasília e a criação do bairro Jóquei, que abrigará um público de classe média, foram assuntos debatidos pelo presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Roberto Botelho, no programa CB.Poder — uma parceria entre o Correio e a TV Brasília — de ontem. Aos jornalistas Samanta Sallum e Arthur de Souza, ele também comenta como se pretende utilizar o trecho 4 do Setor de Clubes Sul e o deficit habitacional para baixa renda.

Quais são as novidades ligadas a questões imobiliárias que o PPCub traz e como fica a questão das quadras 900?

Nas quadras 900 na Asa Sul será permitido o uso das moradias. A única maneira de ampliar a oferta habitacional dentro do Plano Piloto é flexibilizando alguns usos.

E a nova forma de utilização do trecho 4 no Setor de Clubes Sul?

Aquela é uma região mista entre hotéis e clubes. Os clubes que ficavam ali não existem mais, incluindo a Academia de Tênis. Se for aprovado pelo PPCub, será transformado em um setor só de hotéis.

Como está a situação da criação do bairro Jóquei?

É um projeto excepcional, moderno, irrigado por calçadas largas e ciclovias. Tem um Parque Central que remeterá historicamente à pista do Jockey Clube. É um bairro completo. Acredito que, no fim de julho ou em agosto, ele deve estar no Conplan, o órgão colegiado de aprovação desses projetos de urbanismo. Uma vez aprovado, irá para registro e acredito que, até setembro ou outubro deste ano, a Terracap terá condições de licitar os primeiros terrenos.

Para quem a nova região habitacional do DF é direcionada? Quantas pessoas serão atendidas?

Se não me engano, são 45 mil habitantes. O desejo é que sejam prédios altos, isso não significa que teremos mais pessoas, mas teremos uma melhor qualidade de vida para os moradores. Dessa forma, existirão mais espaços, o ar circulará com mais facilidade entre os edifícios, o sol entrará melhor, o ar não ficará abafado e a qualidade do ambiente será melhorada. Será um bairro para a classe média, acreditamos que para um público entre Águas Claras e Guará, para atender essa faixa de renda que está mal suprida hoje.

Qual a demanda da Ademi-DF para o imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que historicamente era de 2%, mas há cerca de dois governos passou para 3%?

A demanda é que volte para os 2%. O secretário de Economia (Ney Ferraz) nos recebeu junto com o secretário adjunto e estão promovendo um estudo para que seja feita essa mudança. Acreditamos que brevemente o governador Ibaneis Rocha (MDB) cumprirá essa promessa que fez durante a campanha.

Isso ajuda muito na regularização de contratos de gaveta. Qual o efeito positivo?

Uma arrecadação mais rápida. As pessoas têm um contrato de compra e venda conosco e, quando entregamos o imóvel, elas têm a possibilidade de transferir a escritura para elas, mas isso não é uma obrigação. Se diminuirmos o imposto, as pessoas acabarão transferindo e o GDF arrecadando mais. Quando fizeram o aumento de 1% por um tempo limitado, aumentaram a arrecadação do ITBI. Acreditamos que, na verdade, haverá um aumento de arrecadação caso retornemos à tarifa anterior.

Como a Ademi está atuando para ampliar a oferta de residências para população de baixa renda no DF?

Há um problema gravíssimo criado a partir da década de 1980, quando houve as primeiras expansões em Samambaia, Ceilândia, Recanto das Emas e Gama. Depois disso, parou-se de expandir essas áreas, e a opção das pessoas que não queriam partir para algo ilegal (invasão de lotes) foi o Entorno, já que os produtos lá eram ofertados por um valor mais barato. Esse número cresceu tanto que chegamos a 1,8 milhão de pessoas. O governador conseguiu aprovar a nova lei de parcelamentos, que proporcionará que a iniciativa privada ofereça imóveis para esses nichos de mercados (classes de baixa renda), o que é fundamental.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

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