Mobilidade urbana

Secretário garante que cobradores não perderão emprego com pagamento eletrônico

Cobradores temem por demissão com decisão da Semob de encerrar a circulação de dinheiro no transporte público do DF

Chefe da Semob salientou que demissão de cobradores não está na pauta do governo -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Chefe da Semob salientou que demissão de cobradores não está na pauta do governo - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O secretário de Transporte e Mobilidade (Semob), Zeno Gonçalves, garantiu que nenhum cobrador de ônibus será mandado embora com o fim de circulação de dinheiro em espécie no transporte público do Distrito Federal.

A afirmação foi durante a reunião da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) da Câmara Legislativa (CLDF), na noite desta quarta-feira (29/5). O chefe da pasta, há duas semanas, publicou uma portaria no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) que torna 100% eletrônico o pagamento de tarifas dentro dos ônibus, o que gerou desconfiança do sindicato da categoria, que teme por demissões desenfreadas de cobradores.

“É importante frisar: ninguém perderá o emprego. Ninguém será mandado embora. Não há exoneração. Não há demissão. Não haverá absolutamente nada disso”, disse. “Os cobradores são profissionais importantes no sistema, assim como os motoristas e garagistas. Não estamos falando de demissões de pais de famílias que vão perder seus postos de trabalho. Nós não falamos disso e nunca vamos falar, porque isso nunca vai acontecer”, garantiu Gonçalves.

Aos distritais, o secretário apresentou slides sobre os benefícios do fim do pagamento em dinheiro nos ônibus. Segundo ele, haverá uma campanha massiva para que a população tenha conhecimento das mudanças que a pasta pretende adotar, a partir de 1° de julho. “É um processo que começa agora, com o estabelecimento da portaria e, na próxima semana, com o decreto que está sendo escrito pela Casa Civil. O decreto trata das particularidades da utilização dos cartões de crédito e débito no sistema, com a ampliação dos postos de recarga”, disse.

“Estamos falando da retirada do dinheiro no sistema, mas a pirataria tira mais emprego do sistema do que dinheiro à bordo. Nós precisamos melhorar o nosso sistema para que tenhamos mais frota, mais motoristas, mais cobradores, mais agentes nas garagens. Quanto mais fortalecemos o sistema, a sociedade ganha”, salientou Gonçalves.

Fim do dinheiro em espécie

Ao Correio, no início do mês, o secretário da pasta explicou que o encerramento do dinheiro no transporte público seria feito de uma maneira gradual. Já em 16 de maio, uma portaria publicada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) detalhou que a partir de 1° de julho, algumas linhas passarão a aceitar somente os cartões Mobilidade e vale-transporte, crédito e débito, além de QR Code (via Pix).

Em 8 de abril desse ano, transações por Pix bateram recorde no Brasil. De acordo com o Banco Central, foram registradas 201,6 milhões em um único dia. 

O recorde anterior havia sido registrado em 6 de março deste ano e foi de 178,7 milhões de transações diárias. “Os números são mais uma demonstração da forte adesão de pessoas e empresas ao Pix, meio de pagamento lançado pelo BC em novembro de 2020”, disse o Banco Central, à época.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 29/05/2024 21:05 / atualizado em 29/05/2024 22:10
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação