Obituário

Morre o professor José Flávio Sombra Saraiva, aos 64 anos

Apaixonado pela vida acadêmica e pela África, Flávio foi acometido com Alzheimer, aos 59 anos e não resistiu as complicações da doença

Morre o professor José Flávio Sombra Saraiva, aos 64 anos -  (crédito: Material cedido ao Correio )
Morre o professor José Flávio Sombra Saraiva, aos 64 anos - (crédito: Material cedido ao Correio )

Morreu na tarde deste sábado (18/5), o professor José Flávio Sombra Saraiva, aos 64 anos, vítima de complicações causadas pelo Alzheimer. Um intelectual nato, era apaixonado pela vida acadêmica, sendo professor, inicialmente de história, pela Universidade de Brasília (UnB) e um dos fundadores do Departamento de Relações Internacionais da instituição. 

Flávio escreveu diversas colaborações para o Correio Braziliense, além de já ter publicado cerca de 30 livros sobre a temática que amava: relações internacionais. Ele deixa três irmãos, Gilson Saraiva, 62, Glaucia Saraiva, 57, e Junior Saraiva, 59. 

José Flávio era o mais velho dos quatro irmãos. Gilson relata que o irmão era como um segundo pai e um exemplo para os demais. “Foi a pessoa que nos conduziu aos estudos. Era uma forte influência na música e na formação humanística, que repercutiu na nossa formação pessoal, um exemplo”, conta o irmão.  

Acometido com Alzheimer aos 59 anos, atualmente, Flávio havia deixado a capital para se tratar da doença e viver junto com a família, em Limoeiro do Norte, no Ceará, cidade natal dele. “Vindo do sertão do Ceará conheceu o mundo todo e aprendeu várias línguas por meio do amor a vida acadêmica”, afirma Gilson. 

O amigo de longa data José Geraldo Felipe da Silva, conta que conheceu Flávio ainda na década de 80, quando ambos lecionaram no colégio Objetivo. “Vou me lembrar dele um grande pensador, um estudioso e um apaixonado pela educação e pela história, um desenvolvedor de talentos, os alunos tinham a satisfação de conviver com ele”, diz o amigo. 

O ex- senador Cristovam Buarque, relembra quando Flávio foi seu chefe de gabinete quando era reitor da UnB. “Ele era um dos maiores especialistas do Brasil quando se trata de África. Eu lembro-me que recebi o presidente da Tanzânia, e ele conversou com o Flávio em suaíli (idioma africano). O conhecimento era tanto que ele sabia  até o idioma”, lembra. “A vida dele inteira foi voltada para os estudos acadêmicos”, finalizou. 

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postado em 18/05/2024 17:53 / atualizado em 18/05/2024 20:56
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