No ano passado, 918 toneladas de queijos foram produzidas no Distrito Federal. Esse mercado movimentou R$ 26 milhões, informou Milena Lima de Oliveira, extensionista rural e engenheira de alimentos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). Em entrevista aos jornalistas Adriana Bernardes e Roberto Fonseca, no programa CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília — de ontem, ela comenta sobre o queijo candango, um produto com identidade da capital.
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O que é a Rota do Queijo que, recentemente, foi criada pela Emater-DF?
A Rota do Queijo faz parte de um projeto de desenvolvimento do queijo no DF, uma iniciativa da Emater-DF. Isso propicia que os produtores cresçam na produção de queijo com qualidade. Dentro desse projeto, previa-se uma rota para que os turistas e moradores de Brasília tenham acesso a queijos aqui no DF e não precisem sair para fora para conhecer queijos maravilhosos. A rota foi criada a partir de um encontro de queijeiros, no fim do ano passado, na Emater-DF. Dessa reunião, formou-se um grupo, que começou a se encontrar mensalmente.
Temos um queijo para chamar de nosso?
A Emater-DF, há alguns anos, lançou o queijo candango. Na época, saiu nas mídias e jornais. É um queijo diferenciado, pois é cremoso por dentro e tem uma casquinha por fora. Esse queijo tem um toque mais amarelo, porque tem um pouco de urucum e fica com uma aparência bem atrativa. O queijo teve a receita passada para os produtores. Só recebe essa receita aqueles que entram em contato com a Emater-DF e fazem o treinamento de como prepará-lo, pois ele tem um padrão e não podemos fazer cada um de um jeito, pode perder as características. A ideia é que, cada vez mais, o queijo candango seja produzido. Estamos querendo fazer uma promoção dele, em breve.
Quantas toneladas o DF produz de queijo?
No ano passado, foram produzidas 918 toneladas. Isso tem aumentado e, com o projeto de desenvolvimento do queijo da Emater-DF, é algo que estamos propiciando para que os produtores, cada vez mais, agreguem valor ao leite. Pois assim, eles — os produtores — vão vender esse quilo de leite no queijo por um valor muito maior do que quando é vendido apenas o leite. Assim, aumenta a renda. É isso que queremos. Pretendemos desenvolver o setor e os produtores, tudo para que eles tenham condições de competir com os dos outros estados. As 918 toneladas produzidas movimentaram R$ 26 milhões. Percebemos que isso movimenta a economia e faz com que o produtor queira ficar na área rural e diversifique a produção.
No DF, existem 1.700 produtores de leite, mas apenas 850, ou seja, 50% deles produzem algum tipo de queijo. O que esse número engloba?
Aquele produtor que faz o queijo para o próprio consumo, pequenos produtores que não comercializam queijo, produtores pequenos que comercializam com uma baixa produção e vendem em feiras ou para os vizinhos, e vai até os produtores maiores e que estão formalizados. Esse número engloba todo esse público. Quando olhamos para os 850, falamos: "nossa, na rota só tem oito". Percebemos que o potencial é grande para essa rota crescer, melhorar e ter produtos cada vez mais diversificados.
A Emater-DF dá assistência para a regularização dos produtores?
Sim, a Emater-DF dá toda a assistência. O produtor que tiver interesse em se regularizar tem um processo, digamos, longo, mas que a Emater-DF está junto, agilizando e fazendo com que seja mais rápido e com informações, pois sabemos como as coisas funcionam e ajudamos o produtor.
Vocês também lançaram uma publicação.
Lançamos o livro Agroindústria Rural, Modelos de Agroindústrias Rurais, de agroindústria com modelos de plantas. Uma delas é a de laticínios, queijos e outros produtos. Com ela, o produtor consegue fazer, além do queijo, o iogurte e outros derivados do queijo e do leite. Além disso, temos modelos de outros produtos também, como mandioca descascada e mel. São dois volumes, tanto de origens vegetais como de animais. O material está disponível no site da Emater-DF.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
Veja a entrevista completa:
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