O Ministério da Cultura e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) divulgaram, ontem, no Diário Oficial da União (DOU), o edital de licitação para a escolha do projeto de restauração da Praça dos Três Poderes, espaço público de exercício da cidadania, projetado por Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
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Em entrevista coletiva, a ministra Margareth Menezes e o presidente do instituto Leandro Grass explicaram que o próximo passo é a conclusão do projeto por parte da empresa que vencer a licitação do projeto, o que deve ocorrer em fevereiro de 2025. A partir disso, o governo federal vai encaminhar o projeto ao Governo do Distrito Federal (GDF), que irá fazer a licitação da empresa que vai executar as obras.
"Nunca foi feito um restauro no local. Foi um pedido do presidente Lula, que quer tratar a cidade, a capital federal, como ela merece. A praça é um tesouro e é a mais importante do país. Ela precisa de vários reparos, como do piso e da iluminação", elencou a ministra. "Tem que haver essa paciência, e faremos o que está ao nosso alcance. Acreditamos que, no próximo ano, teremos início de algum trabalho na Praça dos Três Poderes", completou Margareth.
Grass salientou que a praça foi alvo de vandalismo no episódio de 8 de janeiro, mas que a situação anterior ao ocorrido já demonstrava uma necessidade de intervenção. O gestor detalhou que, no projeto anterior, apresentado pelo GDF em 2019, existiam inconsistências. "Identificamos a ausência do escopo total da praça. Faltavam pedaços, drenagem, acessibilidade, que estão nesse novo edital. Não acredito que houve má vontade, mas problemas técnicos que agora superamos com o escopo da licitação de hoje", salientou.
"Claro que já havia uma série de problemas, mas o 8 de janeiro agravou bastante, principalmente o piso. É uma resposta ao agravamento que os atos antidemocráticos provocaram. É uma praça monumental, histórica, patrimônio mundial", completou Grass.
Restauração
O projeto foi aprovado no âmbito do Novo PAC Seleções. O valor destinado para essa etapa é de R$ 993 mil. Segundo o superintendente do Iphan no DF, Thiago Perpétuo, entre os monumentos incluídos no projeto estão: o monumento Dois Candangos; a estátua A Justiça; as esculturas de Israel Pinheiro, de JK e de Tiradentes; o pombal; e o Marco Brasília.
"Foi uma luta vencermos essas etapas. Nós tivemos um esforço muito grande para termos um escopo mais completo possível, dentro de um orçamento menor do que R$ 1 milhão. Não se trata somente da substituição das pedras. Isso seria fácil, porque poderia se fazer cotidianamente", explicou. "O projeto vai servir para atualizar a praça. Nela, há várias questões problemáticas, como a de acessibilidade. Dessa vez, vamos pensar em critérios para democratizá-la, não perdendo a sua essência", afirmou Perpétuo.
As pedras portuguesas foram assentadas pelos candangos, durante a construção da capital federal. "Uma das primeiras obras que ficaram prontas, há 64 anos, foi esse piso. Ela terá todos os critérios, também de conservação", completou.
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