Como canta Renato Russo em Eduardo e Mônica, "quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração" de Marcos André Batista Santos. Quem um dia irá dizer?
O bebê Vampeta abriu os olhos em Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano, em 13 de março de 1974. Chutava a bola desde a barriga de dona Marlene Batista Santos. Mal sabia que o futebol encurtaria a distância de 1.402km entre o município de 27 mil habitantes e Brasília. Estenderia o tapete vermelho para duas recepções no Palácio do Planalto pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Honras de Estado por ter participado de dois títulos com a camisa da Seleção Brasileira. O destino também reservou a conquista de um troféu pelo Corinthians, no Estádio Serejão, em Taguatinga, e até moradia na capital federal. Só sei que foi assim a construção do vínculo do ex-jogador com o nosso quadrado.
Em 1999, ajudou a Seleção a erguer a taça de campeã da Copa América, no Paraguai, e aterrissou em Brasília pela primeira vez. FHC desejava homenagear a delegação. "Foi a minha primeira ida ao Palácio do Planalto. Três anos depois, volto lá como campeão da Copa do Mundo", lembra, em entrevista ao Correio. Estava criado o cordão umbilical com a capital.
Em 2002, Vampeta fazia parte de um Timão do Corinthians comandado pelo técnico Carlos Alberto Parreira. E aqui desembarcava para a final da Copa do Brasil contra o Brasiliense, no Serejão. O volante saiu do DF campeão direto para o embarque rumo à Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia do Sul. Não deu nem tempo de passar em casa.
A conquista do penta foi a senha para voltar a Brasília. A capital foi a primeira a receber os protagonistas. "Eu saio de Brasília campeão da Copa do Brasil para uma Copa do Mundo, e quando volto da Copa do Mundo, retorno a Brasília", ri.
Bastou FHC abrir as portas para ele deitar e rolar como criança. Vestido com a calça de moletom verde da Seleção e uma camisa 9 do Corinthians, chamou mais atenção do que o reluzente troféu passado de mão em mão na cerimônia.
"Jamais imaginei ir à rampa do Planalto para dar umas cambalhotas. Foi natural. O Brasil havia sido campeão. Era um sonho de criança. Escolhi ser jogador profissional de futebol e as coisas foram caminhando bem. Vesti a camisa da Seleção. Na minha primeira Copa do Mundo, voltamos com a taça. Parece que foi ontem, mas essa história faz 24 anos."
O cordão umbilical de Vampeta com Brasília não foi cortado. Em 2005, recebeu convite para defender o Brasiliense na Série A do Campeonato Brasileiro. Morava no Setor Hoteleiro, coração da capital, mas curtia a vida em uma outra região administrativa. "Eu gostava de ficar em Taguatinga. Tem muito baiano lá. Tinha uma senhora baiana que fazia acarajé", detalha.
Baiano de coração, brasiliense por adoção, Vampeta aprendeu a enxergar a cidade muito além das páginas dos livros de história. "Meus parabéns a Brasília por esse aniversário de 64 anos. Tudo o que se decide é em Brasília. Todos os poderes estão aí. Eu os respeito muito. Desejo tudo de bom ao povo candango. Um abraço do Velho Vamp", despede-se.
Confira o especial sobre o aniversário de Brasília
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