Foi entregue nesta terça-feira (16/4) uma nova tenda para atendimento a pacientes com suspeita de dengue. Em Ceilândia, é o segundo reforço e está instalado no estacionamento do Hospital Regional. O funcionamento vai das 7h às 19h. O Correio esteve no local e conversou com alguns pacientes que destacaram o rápido atendimento e a atenção dos profissionais, além de comentarem sobre o receio de desenvolverem estágios mais graves da doença. De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), até 15 de abril, foram confirmadas 270 mortes por dengue no Distrito Federal. Há 48 óbitos em investigação e 224.935 casos prováveis.
- Com sintomas parecidos, dengue e doenças respiratórias confundem pacientes
- DF concentra 10% de todas as mortes confirmadas por dengue no Brasil
- Jornalista pioneira de Brasília precisa de doações de sangue; saiba como ajudar
"Um atendimento de excelência. Entre a chegada do paciente até a finalização, colocar no soro, dá mais ou menos um tempo de 30 minutos. Então, assim, nem em hospital particular você tem esse atendimento. A gente quer o melhor atendimento para a população de Brasília e isso se faz com atendimento especializado, com tecnologia de ponta", afirmou a vice-governadora Celina Leão.
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destacou algumas das medidas adotadas pelo Executivo local para o combate à dengue, como as contratações de novos profissionais. "Tivemos a nomeação dos 240 médicos, a contratação dos 200 generalistas, ou seja, a tenda vem ao encontro da necessidade da clínica médica, no pronto-socorro, de desafogar a porta dos hospitais. Para os casos de dengue agora nós temos mais esse acesso, mais uma porta. E a nossa busca é que a nossa atenção primária em saúde volte a viver os seus dias de normalidade, enquanto os pacientes com dengue possam ser atendidos, e serão atendidos, com excelência aqui na tenda", enfatizou a secretária.
Atendimento
De acordo com a gerente de enfermagem e responsável técnica pelo local, Thauana Portilho, 32, os pacientes que chegam para receber atendimento passam por uma enfermeira onde recebem o primeiro filtro e, caso existam sintomas respiratórios que possam indicar outras infecções, como covid, por exemplo, são encaminhados para outros locais. Após isso, passam pela triagem e atendimento médico. Caso exista a necessidade de um atendimento mais minucioso, o local tem capacidade para isso. No espaço também é possível realizar exames para identificar se o paciente está com dengue.
Com a filha apresentando sinais de infecção desde o último sábado, Renata Alves, 45 anos, foi ao local para receber tratamento. "Há pouco mais de um mês, perdi um amigo. Ele era novo, apenas 35 anos. Desenvolveu o quadro hemorrágico e não resistiu. Uma tristeza enorme, não é fácil se despedir de alguém dessa forma trágica", lamentou.
Renata conta que todos os moradores da residência dela já tiveram dengue, mas o pior foi com a mãe. "Ela ficou muito debilitada e com diversos sintomas, graças a Deus não evoluiu para um estado hemorrágico", explicou. E reforçou a conscientização que a população deve ter: "Não adianta eu retirar todos os possíveis criadouros de dengue da minha casa e meu vizinho não fazer igual. Não adianta esperar somente do governo".
Sentindo-se mal há aproximadamente uma semana, Victor Hugo Epifanio, 25, não teve condições de trabalhar, nesta terça-feira. "Fui empurrando com a barriga, achei que uma hora melhoraria, mas não deu certo. Estava com muitas dores nas articulações, atrás dos olhos e muita febre", disse o jovem. Ele recebeu as orientações necessárias e achou o atendimento excelente. "Como eu estava com esses sintomas havia muitos dias, o teste para dengue não serviria mais, o doutor me encaminhou para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para realizar exames mais aprofundados, pois aqui só estão tratando de dengue", comenta.
Amada Reis, 47, foi ao local para acompanhar a irmã, Eloiza Reis, 41, que há três dias apresentava fortes sintomas da doença. "É algo que não desejo para ninguém, eu passei por isso no início do ano e foi bem difícil. Quando eu estava indo buscar atendimento, desmaiei por conta da forte tontura. Vomitei bastante, e senti muita febre", ressaltou.
Capacidade
O espaço tem capacidade para 300 atendimentos por dia. A nova tenda oferece triagem, consultórios, farmácia, laboratório e sala de hidratação. Cada turno terá 20 profissionais, em média, incluindo coordenador, médicos — sendo um pediatra, enfermeiro, técnicos de enfermagem, técnicos de laboratório, especialista em laboratório — biomédico ou farmacêutico bioquímico, farmacêutico e apoio administrativo, pessoal de limpeza e segurança.
De acordo com a SES-DF, até o início da tarde desta terça-feira, a nova tenda havia atendido 109 pessoas.
Até o momento, são 14 tendas em funcionamento (veja abaixo). Outras seis serão entregues em Taguatinga, Areal, Samambaia, Vicente Pires, Varjão e Plano Piloto (no estacionamento do Hospital Regional da Asa Norte).
Tendas
Atendimento 24 horas
» Guará (em frente à UBS 1)
» Gama (estacionamento do hospital regional)
» Paranoá (estacionamento do Hospital da Região Leste)
Atendimento das 7h às 19h
» Brazlândia (administração regional)
» Ceilândia (administração regional)
» Ceilândia (estacionamento do hospital regional)
» Estrutural (administração regional)
» Planaltina (estacionamento do hospital regional)
» Recanto das Emas (administração regional)
» Samambaia (administração regional)
» Santa Maria (administração regional)
» São Sebastião (administração regional)
» Sobradinho (administração regional)
» Sol Nascente (administração regional)
*Estagiário sob supervisão de Malcia Afonso
Saiba Mais
-
Cidades DF Carta escrita por JK é doada ao TJDFT para apreciação pública em museu
-
Cidades DF Coronel Mônica se aposenta e deixa cargo de comandante-geral do CBMDF
-
Cidades DF GDF envia projeto à CLDF para Iges-DF assumir gestão do Instituto de Cardiologia
-
Cidades DF Aniversário de Brasília terá programação diversificada; confira