A advogada Daniela Teixeira, 52 anos, é um dos grandes exemplos de amor por Brasília. Ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 22 de novembro de 2023, a magistrada, que nasceu e foi criada na capital federal, ressalta seu amor pela cidade: "Sempre vi em mim uma cidadã realmente brasiliense, do tipo que é apaixonada por tesourinha e ipê".
A ministra destaca que, desde a infância, percebeu uma característica muito peculiar de Brasília. "Fui uma criança que brincava embaixo do bloco até os 15 anos e, por lá, tinha todo o Brasil reunido. Subia na casa de um amiguinho para comer tapioca; na do outro, comia galinhada; na do outro, pão de queijo. Sempre era uma culinária típica de uma região diferente", recorda-se.
"Lembro que a minha avó morava na 304 Sul e a brincadeira ia sempre até o horário da novela das seis. A gente perguntava para o porteiro se já estava na hora da novela e, quando ele dizia que sim, tínhamos que subir para tomar banho, fazer o dever e dormir", acrescenta Daniela. "Também sou da época da festa dos estados e tenho muita saudade disso. Ela ocorria todos os anos, em junho, e havia barracas com a cultura do Brasil inteiro", lembra.
Entre gerações
Na família, há três gerações formadas na Universidade de Brasília (UnB) — o pai, ela e o filho. Por isso, considera a universidade o lugar que mais marcou sua vida. "Devo tudo o que sou hoje à Universidade de Brasília. Gratuita e de excepcional qualidade. Passei seis anos lá, entrei uma menina e saí uma advogada empregada em um escritório de advocacia magnífico", comenta. "Meu futuro seria impossível sem a base, as amizades e os aprendizados da UnB."
Durante os 27 anos trabalhando como advogada, Daniela atuou nos tribunais superiores com muita facilidade de entender os problemas nacionais. "Acho que é isso que mais me diferencia como magistrada e quem me deu isso foi Brasília", avalia. "Quem é de Brasília, tem um olhar muito nacional desde o dia que nasce. A gente tem o país inteiro dentro de um quadradinho", completa.
Daniela Teixeira revela se surpreender até hoje ao ver placas com o seu nome ou quando alguém a chama de ministra. "Não foi algo planejado ou esperado, pois são poucas vagas para a advocacia", reforça. "A sabedoria popular diria que coisas excepcionais podem acontecer na sua vida quando coisas que você queria que acontecessem não dão certo. Foi exatamente o que aconteceu, e estou muito feliz com essa nova vida", comenta.
Para o futuro da cidade, a magistrada acredita que Brasília será, para sempre, a "capital do mundo". "Uma cidade que acolhe não só os brasileiros, mas a população de todas as partes do planeta", crava. "Nunca pensei e jamais pensaria em sair daqui. Vou morrer velhinha, se Deus quiser com 102 anos, em Brasília. Não tenho nenhuma dúvida disso", brinca a ministra do STJ.
Saiba Mais
-
Cidades DF Entregadores respeitados: empresa brasiliense inova em soluções para autônomos
-
Cidades DF Pioneiro, Gilberto Salomão detalha saga para erguer capital no cerrado
-
Cidades DF Berço da inovação: Brasília se torna celeiro de startups
-
Cidades DF Point da economia criativa: empresário fomenta a veia artística da capital
-
Cidades DF No aniversário da capital, população responde "Qual a Brasília que te criou?"
-
Cidades DF Osório Adriano Filho lembra construção de Brasília: "Orgulho e gratidão"