OPERAÇÃO SARTO

Empresários sonegaram R$ 45 milhões em impostos usando empresas de fachada

As falsas empresas de confecção e vestimenta estavam registradas em CNPJs "laranjas" com nomes de seus funcionários para blindar os proprietários da organização criminosa.

Um empresário do ramo de confecção foi preso na manhã desta quinta-feira (11) acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos que acarretaram uma dívida com o Governo do Distrito Federal no montante superior a R$ 45 milhões. Durante a operação, também foram apreendidos 82 veículos, dois imóveis e duas armas de fogo, além do bloqueio de diversas contas bancárias. 

A prisão aconteceu após a deflagração da operação Sarto pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT) e Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR), da Polícia Civil do DF. Outros 26 mandatos de busca e apreensão foram cumpridos nesta manhã no Sudoeste, Águas Claras, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Recanto das Emas, Ceilândia além de Planaltina de Goiás e Cidade Ocidental - onde estão localizadas tanto as empresas, como as casas dos investigados. 

O grupo criminoso usava empresas de fachadas para emitir notas fiscais falsas e não pagar taxas e tributos distritais, além de circular dinheiro ilícito. Os empresários colocavam funcionários como quadros societários "laranjas" e usava seus nomes para movimentar valores milionários. A investigação descobriu que apenas um dos motoristas teria 47 CNPJs vinculados ao próprio nome.

Eles usavam essa tática com o intuito de blindar os reais proprietários das empresas, justamente aqueles que se beneficiavam da supressão dos impostos e da lavagem de dinheiro.

Por meio de contas bancárias vinculadas ao emaranhado de CNPJs de empresas em nomes de “laranjas”, o grupo movimentava pequena quantias da sonegação fiscal para dificultar o rastreamento pela polícia. A Operação Sarto revelou ainda que os recursos fraudados eram mesclados com recursos legítimos das 60 filiais da empresa, a maioria de comércio e alimentos, para dificultar ainda mais a ação da PCDF.

Sarto

Os principais alvos são os verdadeiros proprietários das empresas, consequentemente os reais beneficiários da sonegação fiscal e da lavagem de dinheiro. Eles responderão pelos crimes de organização criminosa, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, e podem ser condenados a penas de até 28 anos de prisão.

Para os mandatos de busca e apreensão foram destinados 120 agentes. O nome “sarto” significa “alfaiate” em italiano, para representar os investigados, que atuam principalmente no ramo de confecções.

Outro lado

A assessoria de imprensa de uma das principais investigadas — uma empresa do ramo de confecções — negou qualquer envolvimento no crime apurado. "A operação em curso tem como foco a investigação de diversas empresas e sócios que não fazem parte da nossa marca", disse, por meio de nota, acrescentado que a empresa "não possui nenhum débito fiscal em aberto ou qualquer vínculo associado a esta apuração".

"Estamos no mercado há mais de 31 anos, gerando empregos e fomento da economia local, e reafirmamos o nosso compromisso com a transparência e a legalidade em todas as nossas operações. Qualquer questão relacionada à empresa está sendo tratada de acordo com as leis vigentes, com total colaboração com as autoridades competentes. Ressaltamos que as atividades em nossas
lojas continuam normalmente", completou.

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PCDF/Divulgação - Operação Sarto da PCDF
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