Conforme o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, a capital do país contabiliza 205.571 casos prováveis de dengue e 205 óbitos. A doença ainda preocupa a população brasiliense, que tem tido como acolhimento emergencial as tendas de hidratação. Quatro das 11 novas estruturas que foram anunciadas pelo governo do Distrito Federal (GDF) devem ser entregues nesta quinta-feira (11/4), conforme informações do Instituto de Saúde Nossa Senhora da Vitória (INSV), empresa vencedora do edital de chamamento publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Elas serão como hospitais de campanha, com consultórios, equipamentos, mobiliário e climatização.
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As instalações do Guará, do Gama, do Paranoá e de Planaltina passarão por vistorias nesta quarta-feira (10/4), mas somente serão liberadas para a comunidade, caso não haja pendências. A do Guará 1 ficará em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 e a do Gama no estacionamento do Hospital Regional do Gama (HRG). No Paranoá, a nova tenda funcionará no estacionamento do Hospital da Região Leste. Essas três terão atendimento 24h. Por sua vez, a de Planaltina funcionará das 7h às 19h, na Policlínica.
Segundo a INSV, foram contratados 600 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, recepcionistas e vigilantes, de forma que cada nova tenda conte com cerca de 54 trabalhadores. O objetivo das instalações é desafogar o sistema de saúde, especialmente as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Detalhes
Na tarde desta terça-feira (9/4), o Correio esteve na tenda do Guará 1, cuja estrutura é bem maior do que a das tendas inauguradas no início do ano. De acordo com o coordenador de equipe Marco Antônio Vieira, a instalação possui aproximadamente 340 m² e conta com 11 salas, todas com ar-condicionado, que serão divididas entre consultórios, laboratórios e uma farmácia. "No momento, falta terminar a parte elétrica, distribuir o mobiliário e fazer a limpeza dos pisos", detalhou.
As demais tendas, que funcionarão no Plano Piloto, Vicente Pires, Varjão, Taguatinga, Águas Claras, Ceilândia e Samambaia, já foram levantadas, faltando finalizar detalhes da estrutura interna. A previsão é de que essas entregas ocorram no fim da próxima semana, também se todas as demandas estiverem resolvidas.
Serão oito tendas com atendimento diário das 7h às 19h no Plano Piloto, Vicente Pires, Varjão, Taguatinga, Planaltina, Águas Claras, Ceilândia e Samambaia. Outras três funcionarão 24 horas no Gama, Guará e Paranoá. Atualmente, o DF conta com nove tendas de hidratação, localizadas no Sol Nascente, Brazlândia, Ceilândia, Estrutural, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e Sobradinho.
Atendimentos
A reportagem também esteve no Hospital de Campanha (HCamp) da Aeronáutica, no Sol Nascente. No local, Maria Lourdes da Silva, 63 anos, sofria com as dores da infecção enquanto aguardava o filho, também doente, receber soro e medicação. Escorada no banco e com a fala lenta, a dona de casa contou que está com dengue há 10 dias e, mesmo tomando remédio para dor, não sente tanto alívio. "Essa doença dá um desassossego tão grande na gente. Quando eu estava pior, sequer conseguia caminhar em casa", lamentou.
O filho, Jonathan Pereira, 20, apresentava os mesmos sintomas que a mãe — dor de cabeça, falta de apetite e enjoo —, mas estava bastante fraco. "Viemos de ônibus e, quando descemos na parada e fomos atravessar a rua, ele mal conseguiu andar", relatou. Em sua casa, Maria Lourdes garante que tem mantido os cuidados de prevenção. "Não sabemos se os vizinhos também cuidam, então, é difícil se proteger", disse.
Também fragilizado, o estudante Rafael Lima, 18, foi ao HCamp para fazer o teste. No entanto, ao ser examinado, o médico se adiantou e deu o diagnóstico de dengue. "Sinto dor nos olhos, enjoo e tive febre alta. Também estou tossindo, mas não acho que seja covid-19", relatou. A namorada, Bruna Shara, 19, comentou que, em janeiro, também sofreu com a doença. "Tive muita febre, mas me recuperei rapidamente", contou. Na casa da estudante, a mãe e o irmão também adoeceram pela infecção.
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