A força do conservadorismo e de figuras da direita no Distrito Federal podem ajudar na eleição de candidatos conhecidos em 2026. Isso é o que acredita o deputado distrital Thiago Manzoni (PL). O parlamentar foi o entrevistado do programa CB Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — de ontem. Aos jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza ele destacou a força do espectro político.
O Distrito Federal se mostra conservador?
Podemos citar o exemplo da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que entrou na campanha incorporando os ideais conservadores e os eleitores a deram uma cadeira no Senado da República. Então, me parece que as pesquisas têm mostrado isso: que o eleitor do Distrito Federal é majoritariamente conservador. Como ele vai enxergar essas candidaturas vai depender de como esses agentes políticos vão se comportar ao longo do tempo. A gente teve uma eleição em 2018 que foi a primeira em que a direita realmente se destacou. Muitos surfaram a onda "Bolsonaro" e se elegeram, mas depois, ao longo do mandato, não mantiveram o alinhamento com aqueles valores e foram retirados do cenário político pelo povo. Parece-me que hoje o eleitor não só aqui no DF, mas no Brasil todo vota e acompanha a atuação do parlamentar.
Qual é o cenário para a direita?
Ontem, tivemos acesso a uma pesquisa publicada pela revista Veja, na qual Bolsonaro continuaria vencendo em primeiro turno no DF e mostrando a força da direita aqui, em especial de candidatos vinculados ao PL. Temos grandes nomes para concorrer às eleições de 2026. Parece-me que o cenário que se apresenta com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) concorrendo ao Senado Federal, e a nossa deputada Bia Kicis (PL-DF) concorrendo ao governo do Distrito Federal, são os dois maiores nomes do Distrito Federal hoje. Michele aparece, inclusive, pontuando empate técnico nas pesquisas para a Presidência da República.
E as mulheres no cenário da política?
São várias mulheres: Bia, Celina (Leão, PP), Damares, Michele. É muito legal ver essas mulheres na posição de protagonismo, como lideranças femininas. Dizem que o Distrito Federal é sempre um precursor das mudanças que se fazem no Brasil. Então, não só pelo fato de serem mulheres, mas principalmente pelo fato de serem muito capacitadas e admiradas pelo público em geral. Elas ocupam um espaço que até bem pouco tempo, não tinham tantas mulheres. Fico feliz que nós tenhamos excelentes quadros e que esses quadros sejam de mulheres tão competentes.
Qual a sua avaliação do governo em relação à saúde?
O principal desafio que o governo enfrenta é a saúde. Eu estava olhando os números da saúde e nós temos um orçamento anual, contando o Fundo Constitucional e o dinheiro do próprio Distrito Federal, que é utilizado na saúde, de aproximadamente R$ 10 bilhões. É muito dinheiro destinado para saúde e a qualidade do serviço que a população recebe não é adequada. Se procurar qualquer cidadão do Distrito Federal que precise utilizar a saúde pública, qualquer equipamento, ele vai dizer que não é boa. Ele tem muita dificuldade para ser atendido. Às vezes não tem insumo, a gente tem uma dificuldade enorme nos exames.
Qual é a solução para a melhoria da saúde?
É hora de tentar novas alternativas, diminuir poder do Estado seria uma delas, tirando pouco a pouco da mão do governo. A intenção é boa, com a saúde pública, mas o resultado é muito ruim para a população. Será que se nós tentássemos pouco a pouco migrando para um sistema de voucher isso poderia ajudar ou não? Precisa ir testando novas soluções.
Como relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) como o senhor analisa o projeto?
Eu espero que, agora, vá. Porque tem muitos anos de discussão sobre esse tema e, me parece que, esse passo precisa ser dado, principalmente, para dar segurança jurídica para a população de Brasília. E eu penso que chegou o tempo de avançar. Há muitas restrições. Algumas delas derivam do tombamento e outras da ausência de legislação sobre esse conjunto urbanístico. O principal ponto que eu vejo, é que se faz necessário entregar segurança jurídica para conseguir normatizar e estabelecer os rumos que Brasília vai tomar. Para onde nós vamos crescer e como vamos fazer isso. Eu imagino que o projeto, até o fim deste semestre, tramite nas outras comissões. E espero que até o fim do ano a CLDF vote.
*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida