A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou a segunda fase da operação Canto da Sereia e prendeu um homem, identificado como Antônio Martins, 65 anos, acusado de matar e carbonizar o corpo de Glaudêncio Santos. O cadáver da vítima foi encontrado em 4 de novembro do ano passado, em uma área de mata do Parque Gatumê, na Quadra 427 de Samambaia Norte.
Ao longo de mais de três meses, os investigadores da 26ª Delegacia de Polícia traçaram uma linha de investigação minuciosa para chegar aos autores do crime. Em 7 de fevereiro, uma mulher, de 20 anos, apontada como a articuladora da execução foi detida. As investigações revelaram que ela namorava Antônio e começou a trabalhar como garota de programa para Glaudêncio.
Glaudêncio era um “agenciador” de garotas de programa. No entanto, Antônio desconhecia sobre o trabalho da namorada e, ao descobrir a profissão, exigiu que a mulher planejasse a morte da vítima. A jovem atraiu Glaudêncio até o lixão de Samambaia sob o pretexto de fazer uma oferenda religiosa. No local, Antônio o aguardava com uma arma de fogo.
Execução
Antes de matar Glaudêncio, Antônio exigiu que a vítima “chupasse” o cano da arma de fogo como forma de “punição”. De acordo com o delegado-chefe da 26ª DP, Gleyson Mascarenhas, o plano dos criminosos era desovar o corpo de Glaudêncio no Lago Corumbá, em Goiás. Mas uma falha no carro fez com o que o assassino abortasse a ideia e decidisse matar a vítima ali mesmo, amarrando-a junto aos pneus e queimando-a ainda viva
Na quinta-feira (28/3), os policiais civis chegaram ao encalço de Antônio, dado como foragido desde março. Ao saber da possibilidade de ser preso, o autor havia abandonado a casa onde morava e passou a transitar entre Ceilândia, Taguatinga e algumas cidades de Goiás. Na respectiva data, a polícia recebeu a informação de que ele havia voltado para Samambaia e foi até o endereço para capturá-lo.
Durante o cumprimento do mandado de prisão, Antônio se armou com uma faca e desferiu contra o próprio pescoço e no tórax, na intenção de tirar a própria vida. As equipes intervieram e conseguiram impedir. O suspeito foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e passou por atendimento médico.
Na Justiça, Antônio acumula uma extensa ficha criminal e é autor em 14 inquéritos. A primeira vez em que foi preso foi em 1978.