negligência

Médica é exonerada de função no HRT após morte de paciente grávida

De acordo com a secretária de Saúde, a mudança no hospital é questão de alinhamento e adequação da equipe

No HRT, o casal foi informado que Tairine só poderia receber atendimento no hospital da própria região
 -  (crédito:  Carlos Vieira/CB)
No HRT, o casal foi informado que Tairine só poderia receber atendimento no hospital da própria região - (crédito: Carlos Vieira/CB)

A médica que ocupava a função de chefia da obstetrícia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) foi afastada nesta terça-feira (23/4). O ato ocorre após uma grávida desmaiar e morrer no hospital.

Tairine Alves, 30 anos, passou por três hospitais. Ela só foi socorrida pela equipe médica depois de desmaiar no chão do pronto-socorro do HRT. Horas depois, na madrugada de domingo (21/4), ela morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

À reportagem, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, explicou que a mudança no hospital é para adequação da equipe. “É para maior alinhamento. A doutora afastada precisa estar fora do cargo (de chefe) para prestar todos os esclarecimentos”, disse, ao Correio.

Nesta terça-feira (23/4), em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que nos hospitais nos quais Tairine peregrinou por atendimento, havia médicos.

“Oportuno ressaltar que o compromisso dessa SES/DF é com o devido esclarecimento e consequentemente responsabilização de quem quer que seja que, de alguma forma, por ação ou omissão, tenha favorecido o desfecho desfavorável deste caso. No período do atendimento haviam dois médicos no HRC e quatro médicos no HRT”, detalhou a SES-DF, que investiga o caso.

O caso

Tairine sofria de faucemia e, no passado, teve tuberculose. Apesar da gravidez de risco, os médicos que faziam o acompanhamento da gestação afirmavam estar tudo nos conformes. No sábado (20/4), a mulher começou a tossir excessivamente e a passar mal. Segundo o marido dela, Max Oarley, 30, eles foram ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) mas, como moram em Ceilândia, foram informados que só poderiam receber atendimento no hospital da própria região.

Então, o casal voltou de ambulância ao Hospital Regional de Samambaia (HRS) mas, novamente, o atendimento foi negado. “Eles disseram que estavam fazendo muitos partos, que não tinha como atender”, disse o marido. Na tentativa de socorro, foram ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas sem sucesso.

Por último, após um dia inteiro, Max e a mulher voltaram ao HRT. Lá, Tairine passou mal, desmaiou e foi encaminhada às pressas ao pronto-socorro. “Ela vomitava muito sangue. Gritei por socorro ao pessoal da sala vermelha, que ajudou. Horas depois, soube da morte. Ela morreu esperando atendimento e não tentando salvar a vida. Essa foi a negligência”, desabafou.

Tairine foi sepultada nesta terça-feira (23/4), na cidade baiana Xique-Xique.

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postado em 24/04/2024 12:06 / atualizado em 24/04/2024 18:25
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