"A cada dia que passa, seguimos nos encantando e descobrindo novos contos e cantos em Brasília." É dessa forma que a pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Brasília Erica Tatiane da Silva, 39 anos, define sua vida em Brasília até o momento. Antes de se mudar para a capital do país, ela passou por três outros estados — nasceu em Andradina (SP), foi criada em Barra do Garças (MT) e chegou a morar em Goiânia (GO), onde fez graduação, mestrado e doutorado.
Mas foi em Brasília que ela decidiu fincar raízes. "Apesar dos vínculos estabelecidos em Goiânia (até então era a cidade na qual planejava meu futuro), ao concluir o doutorado, em 2013, mudei-me para Brasília, vislumbrando oportunidades e vivências engrandecedoras para meu aprimoramento profissional", detalha. "Também veio ao encontro de meus projetos pessoais, pois meu esposo residia aqui, como funcionário público", acrescenta.
Por isso, segundo Erica, a mudança para a capital do país foi um divisor de águas, tanto no campo profissional quanto no pessoal. "À época, Brasília estava repleta de ipês-roxos, um símbolo de renovação e de esperança, marcando de modo inesquecível esse novo capítulo da minha vida", recorda-se.
Ela conta que começou a trabalhar no Ministério da Saúde, período em que iniciou sua trajetória nos estudos de influenza e vírus respiratórios. "Além disso, o trabalho sedimentou minha atuação em pesquisas voltadas para a produção de evidências, visando subsidiar o planejamento, monitoramento e avaliação dos serviços e tecnologias em saúde", comenta.
Mudança
Só que, em 2014, tudo mudou para Erica, quando ela foi aprovada em um concurso para pesquisadora em saúde pública na Fiocruz Brasília. "Era um grande sonho. Foi uma realização enorme começar a trabalhar com o que eu gosto e passar a contribuir para a melhoria da saúde da população brasileira", ressalta.
A partir desse momento, teve a certeza de que Brasília seria a cidade na qual consolidaria sua vida profissional e construiria família. Junto a outros pesquisadores locais e da Fiocruz Pernambuco, Erica elaborou uma pesquisa que teve como objetivo contribuir para o preenchimento de lacunas de dados sobre a covid longa no Brasil.
De acordo com o estudo, "a falta de dados inviabiliza o desenho de estratégias para alertar a população sobre os riscos de desenvolver essa forma de covid-19 e de serviços de assistência para atender às pessoas que sofrem de sequelas prolongadas".
A pesquisa sugere protocolos de monitoramento de pacientes com sequelas persistentes, investimentos em atividades de reabilitação com abordagem multidisciplinar e atenção especial à covid-19 longa nas populações vulneráveis.
Cheia de sonhos
Nos mais de 10 anos vivendo em solo brasiliense, Erica destaca que, entre os diversos locais e atividades de lazer, cultura e diversão em família, o que mais a marcou — e assim continua — é o Parque Olhos d'Água. "Foi nosso maior respiro ao ar livre no período crítico da pandemia da covid-19. Caminhadas, piquenique e registros fotográficos, contemplando a natureza, arco-íris, o pôr do sol e eventos lunares. Enfim, muitos momentos e memórias especiais", comenta.
"Meu filho nasceu em 2019 e é o primeiro membro da família que é, genuinamente, brasiliense. A cada dia que passa, seguimos nos encantando e descobrindo novos contos e cantos em Brasília", afirma. Para o futuro, a pesquisadora espera que a capital continue crescendo, preservando sua história e patrimônio cultural, ao mesmo tempo em que abraça a diversidade, a inovação e a sustentabilidade. "É uma cidade cheia de sonhos e oportunidades, além de ser sinônimo de força e esperança, como diz o hino", pontua.
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