Morreu, nesta quarta-feira (17/4), a jornalista Edilma Neiva Ibiapina, aos 77 anos. Ela estava internada no hospital Santa Lúcia com um quadro de dengue grave. Pioneira no jornalismo brasiliense, chegou na cidade em 1970 para estudar comunicação na Universidade de Brasília (UnB) e deixa como legado uma carreira rica em experiências e muitos amigos em Brasília.
Edilma começou como estagiária na TV Globo Brasília, nos anos 1970, e logo se tornou repórter. Ela foi a primeira repórter mulher da emissora e a primeira a fazer uma reportagem para o Jornal Nacional, em uma época em que não se debatia o papel da mulher, e o machismo na profissão era escancarado. "Ela sempre teve uma força muito grande de combater o machismo e fazer o seu trabalho", afirma Fábio Ibiapina, filho de Edilma.
"Repórter ágil, talvez tenha deixado como legado a facilidade com que aprendeu cedo a fazer matérias que sempre facilitavam o trabalho dos editores. Aprendeu cedo a dinâmica da TV, rapidez e objetividade. Pessoa muito bem humorada, solidária e que amava o que fazia", relembra José Natal, que trabalhou com Edilma na década de 1980.
No jornalismo, fez de tudo: foi repórter, editora de texto, produtora, editora-chefe e diretora-chefe. Foi apresentadora do DFTV, repórter do Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional, além de migrar para a TV Bandeirantes e para o SBT — que ajudou a fundar.
Nos bastidores da profissão, era uma pessoa generosa, amiga e preocupada com as outras pessoas. "Por onde eu passo muitas pessoas me procuram para agradecer por alguma ajuda que minha mãe deu, algum conselho, alguma vaga de emprego, algum ensinamento. Agora ela parte deixando esse legado de muitos amigos e muita saudade para todo mundo", diz Fábio.
"Na semana do aniversário de Brasília, perdemos uma de suas maiores referências. Não só da Brasília que cobrimos, da política, mas de casa. Tanto Edilma quanto o marido acreditaram muito em Brasília, logo no começo, e mostraram que dá para ser feliz aqui. Ela deu cor a cidade. Ela era uma casa sempre aberta para nos receber, acolher e que virou um ponto de afeto, leveza e bom humor", finaliza Simone Souto, amiga de Edilma.
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