LIGA DAS ESCOLAS

Denúncia de racismo em escola particular é investigada pelo MP

Em jogo de futebol alunos denunciam ter sido chamados de "macaco", "filho de empregada" e "pobrinho"

Jaqueline Fonseca
postado em 17/04/2024 12:35 / atualizado em 17/04/2024 15:01
Ministério Público ouvirá representantes das escolas envolvidas, além de sindicatos, para avaliar medidas legais sobre o caso. -  (crédito: Reprodução MPDFT)
Ministério Público ouvirá representantes das escolas envolvidas, além de sindicatos, para avaliar medidas legais sobre o caso. - (crédito: Reprodução MPDFT)

O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) iniciou uma investigação para "esclarecer o incidente e apurar as responsabilidades" em relação à denúncia de que alunos de uma escola particular praticaram racismo durante uma partida de futebol contra colegas de outra escola.

O MPDFT realizará reuniões com representantes das instituições de ensino, com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF) e com o Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do DF (Sinproep/DF).

Inicialmente, o MPDFT está levantando informações e para avaliar posteriormente quais medidas serão tomadas.

Em uma partida de futebol do torneio Liga das Escolas, realizada em 2 de abril no Colégio Galois, alunos da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima teriam sido chamados de “macaco”, “filho de empregada” e “pobrinho" pelos estudantes da escola anfitriã. A denúncia foi apresentada pela diretora da escola Franciscana através de uma nota pública. 

Ao Correio, o treinador da Escola Franciscana, Carlos de Souza Maia, afirmou que os jovens também zombaram dos cabelos dos estudantes atletas da Escola Fátima e do tipo físico  "insinuaram que os meninos não comiam porque passavam fome pois eram muito magros", afirmou o treinador. 

A escola Galois reconheceu a gravidade do episódio, repudiou o fato e afirmou que tomou medidas pedagógicas e educacionais contra os alunos envolvidos. O caso gerou enorme repercussão, com posicionamento de autoridades públicas, ativistas e até mesmo do ministério do Esporte. 

O Sinproep-DF afirma que é inadmissível que em pleno século 21, em um ambiente educacional, ocorram manifestações de racismo que atentam contra a dignidade e o respeito aos indivíduos. "Repudiamos veementemente as ofensas racistas dirigidas aos estudantes da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima por parte de alunos do Colégio Galois", diz a nota do sindicato. 

Confira nota completa do MPDFT sobre a investigação do caso 

Em relação a este fato, o Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou uma Notícia de Fato para esclarecer o incidente e apurar as responsabilidades.

O NED/MPDFT agendou reuniões com representantes das respectivas instituições de ensino, com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF) e com o sindicato dos professores de escolas particulares do DF. No momento, o núcleo está colhendo informações preliminares e eventuais medidas serão avaliadas posteriormente.

A promotora de justiça Polyanna Silvares, coordenadora do NED/MPDFT, enfatiza a importância de que todas as escolas do DF fiquem atentas ao acontecimento e que promovam ações de prevenção e enfrentamento de discriminações, integrando toda a comunidade escolar no debate.

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