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Corta Fogo: bando que incendiou ônibus no Sol Nascente é alvo de operação

Nos nove endereços dos investigados, a polícia encontrou galões para o transporte de combustível, carro furtado e drogas

Atentado ocorreu na noite de 30 de março e, segundo as investigações, ao menos 15 criminosos participaram da ação -  (crédito: Reprodução/PCDF)
Atentado ocorreu na noite de 30 de março e, segundo as investigações, ao menos 15 criminosos participaram da ação - (crédito: Reprodução/PCDF)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (12/4), nove mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas suspeitas de participação no incêndio em um ônibus, no Trecho 3 do Sol Nascente. O atentado ocorreu na noite de 30 de março e, segundo as investigações, ao menos 15 criminosos participaram da ação.

A operação Corta Fogo foi desencadeada pela 19ª Delegacia de Polícia (P Norte). As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades do Sol Nascente e em Águas Lindas de Goiás, no Entorno. "Durante o cumprimento das medidas cautelares, apreendemos 11 celulares que serão analisados e, caso haja necessidade, serão enviados ao Instituto de Criminalística para extração de informações oculta", afirmou o delegado Alexandre Godinho, chefe da unidade policial.

Nos endereços, os policiais apreenderam ainda um Corsa furtado em 8 de junho de 2023, uma pedra de crack, que, fragmentada, pode gerar mais de 50 porções, comprimidos de ecstasy e seis galões para transporte de combustível. De acordo com o delegado, as medidas buscam subsidiar a investigação que permanece em curso com o propósito de identificar e prender os autores do crime.

O crime

Câmeras de segurança de um estabelecimento da avenida registraram parte da ação do bando na noite de 30 de março, por volta das 21h40, o motorista manobrava na rua para dar a volta, próximo a um mercado, quando o grupo abordou o coletivo. Três dos envolvidos se posicionaram em frente ao ônibus e ordenaram que o motorista e o cobrador descessem.

A porta da frente foi aberta e um deles, com blusa cobrindo o rosto, disse que iria atear fogo. Os criminosos usaram ao menos três galões de 5 litros de gasolina, que foram despejados na frente, no meio e ao fundo do ônibus. Depois, atearam fogo. As chamas consumiram todo o coletivo.

Em depoimento, o motorista do ônibus contou à polícia que os envolvidos justificaram o ato como forma de protesto à morte de “Mateusinho”. Mateus Henrique da Silva Figueiredo, 14 anos, morreu na quinta-feira. Por volta das 18h do mesmo dia, o adolescente foi abordado por agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)na QNP 19 ao sair de uma boca de fumo. De acordo com a corporação, para evitar a prisão, o menor engoliu as porções de drogas que estavam na mão.

Com ele, os militares encontraram R$ 1 mil e, no lote que ele estava, em situação de abandono, foram localizadas três balanças de precisão e mais 25 porções de cocaína. Mateus chegou a ser encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA 2) e, na unidade policial, começou a passar mal. A PM conduziu o adolescente ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas ele sofreu uma parada cardíaca e faleceu. Aos 14 anos, o menor acumulava sete passagens criminais, sendo quatro delas somente entre janeiro e março deste ano.

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postado em 12/04/2024 11:51 / atualizado em 12/04/2024 11:52
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