A importância das campanhas de conscientização familiar sobre a doação de órgãos e os mitos sobre possíveis doadores foram debatidos por Rodrigo Conti, interventor do Instituto de Cardiologia e Transplante do Distrito Federal (ICTDF), durante o programa CB.Saúde — uma parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (11/4). Aos jornalistas Sibele Negromonte e Carlos Alexandre de Souza, ele também comentou sobre as denúncias que recebeu a respeito da contratação da empresa na qual ele trabalha para realizar serviços para o ICTDF.
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De acordo com Rodrigo Conti, a perda da viabilidade de transplante de órgãos pode ocorrer por diversos fatores, como a demora na detecção de morte cerebral e o convencimento da família sobre a doação. “Campanhas sobre esse fato são muito bem-vindas e nós precisamos delas cada vez mais. Além disso, o processo precisa ser menos burocrático. Se a família tiver um grau de entendimento sobre o que é a doação, em um eventual momento de decidir sobre um parente, essa decisão se torna mais fácil”, enfatiza.
As pessoas acreditam no senso comum de que não podem ser doadoras por conta da idade ou pensam que algumas partes do corpo não funcionam corretamente. O doutor cita que esse diagnóstico somente o médico pode fazer. “O transplante traz qualidade de vida e dignidade. Uma pessoa que está com o fígado em estado terminal praticamente não executa atividades diárias mínimas. E mesmo que o fígado que será doado não esteja em plenas condições, pode dar uma sobrevida ao receptor”, destaca.
Rodrigo Conti também explicou sobre as denúncias anônimas enviadas ao Ministério Público do DF e Territórios após a contratação do Hospital Daher Lago Sul, para que a unidade de saúde particular fizesse manipulação de medicamentos quimioterápicos para o ICTDF. “A empresa que nos fornecia os insumos emitiu uma carta informando que iria descontinuar o tratamento. A área técnica do ICTDF, onde existem pessoas responsáveis pelo setor de compras e suprimentos, além do próprio setor médico, foram em busca de empresas para suprir a demanda. As duas únicas que manifestaram interesse em servir ao ICTDF foram o Hospital Daher e uma outra instituição. Todo o processo de compra seguiu normalmente, e o Daher apresentou o menor preço.” Na denúncia, eram acusados conflitos de interesse, já que Conti tinha exercido cargo de chefia no Daher. “Eu não sou mais o coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (do Daher)”, afirma. O médico garante ainda que, hoje, o Instituto de Cardiologia paga 80% a menos nos insumos do que antes da intervenção.
Veja a entrevista na íntegra
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
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