O motorista que atropelou cinco ciclistas na noite de sexta-feira (5/4) teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada neste domingo (7/4). Na decisão, o juiz Bruno Aielo Macacari levou em consideração o histórico de Allan das Chagas Araújo, 32 anos, que estava cumprindo pena de outras três condenações em regime semiaberto.
O magistrado destacou que a ficha criminal de Allan "evidencia a periculosidade e caracteriza situação de acentuado risco à incolumidade (segurança) pública" e que isso seria "suficiente" para justificar a prisão "como medida necessária e adequada para contenção de seu ímpeto delitivo, não se mostrando suficiente a imposição de nenhuma das medidas cautelares admitidas em lei".
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Allan das Chagas Araújo foi condenado, em 2012, por homicídio culposo, resultante de atropelamento. Na ocasião, a vítima estava ajudando um amigo a consertar um caminhão no acostamento da estrada quando foi atingida pelo veículo de Allan. Ele recebeu uma pena de 2 anos e 2 meses, além de ter a carteira de habilitação suspensa e, posteriormente, em 2015, cassada.
Em 6 de abril de 2019, Allan das Chagas foi denunciado por conduzir uma motocicleta após ingerir bebida alcoólica. Ele foi condenado, no mesmo ano, a uma suspensão de quatro meses da carteira de motorista pelo crime tipificado no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. Dois anos mais tarde, ele foi novamente condenado, desta vez por tráfico de drogas, recebendo uma pena de 7 anos e 7 meses.
De acordo com o relatório da Vara de Execução Penal (VEP), considerando a unificação de todas as penas, Allan das Chagas cumpria, atualmente, uma pena total de 14 anos e 7 meses, em regime semiaberto. "Ele deveria estar em casa até as 22h, o que não aconteceu no dia da tragédia", destacou Roani Pereira, advogado que representa a churrascaria onde os ciclistas atropelados trabalham.
Embriagado e em alta velocidade
Adriano Miranda, 50, Antonio Carlos Rodrigues, 30, Henrique Ribeiro, 22, Herbert Santos Alves, 27, e Erlano Giovanni Santos, 26, foram atropelados no Trecho 14 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), por volta das 22h30 de sexta-feira. Eles passavam em frente a uma loja de departamentos, quando foram atingidos por um carro. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o motorista do veículo estava em alta velocidade e admitiu ter bebido.
Ainda de acordo com Roani, das duas vítimas que ainda estavam internadas, Herbert Santos recebeu alta ontem. Apenas Antonio Carlos Rodrigues continua no Hospital de Base. "Não há previsão de alta. É provável ter que fazer nova cirurgia, por causa de uma complicação na perna. Mas ele está estável", relatou o advogado.
Defesa
O advogado do suspeito, Elton Silva, se manifestou dizendo que a maneira como o caso está sendo relatado tem uma "série de inverdades". Segundo ele, no momento do crime, havia uma testemunha no carro com Allan, que fugiu da cena por medo de ser linchada. "Com a sua oitiva durante o trâmite do processo, será provado que muitos dos fatos ali aviados não se encontram em sintonia com a verdade", informou ao Correio.
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