O comandante-geral da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), o coronel Marcelo Granja, trocou o comando do Batalhão de Polícia Militar de Divisas (COD), após PMs da guarnição serem suspeitos de simular um confronto no Setor Jaó, em Goiânia, que culminou na morte de dois homens acusados de extorsão.
A portaria foi publicada internamente nessa quarta-feira (3/4), um dia depois do suposto confronto. O tenente-coronel Edson Luís Souza assumiu o posto de comandante do COD em fevereiro do ano passado. Com a mudança, ele foi transferido para o Comando de Operações de Cerrado (COC) e, até então, não tinha cargo definido.
Para a chefia do COD, o comandante-geral nomeou o major Hugo Jorge Bravo, antigo comandante da 43ª Companhia Independente da Polícia Militar (CPE do 2º CRPM). No lugar dele assumiu o major Cridiney Teixeira.
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As mudanças ocorrem um dia após o vídeo de uma ação policial do COD vazar nas redes sociais. Nas imagens, um PM foi flagrado atirando contra um carro e tirando uma arma de dentro de uma sacola. O armamento teria sido implantado na cena do crime para simular um confronto policial. Conforme o registro de ocorrência da PMGO, os policiais narraram que os dois suspeitos teriam se passado por policiais e invadido uma fazenda para extorquir os moradores.
Ainda segundo o relato dado pelos militares, a dupla teria reagido com tiros e, por isso, os PMs teria revidado. No entanto, as imagens captaram o momento em que um dos policiais tira uma arma de dentro da sacola e coloca no local. A reportagem questionou a PMGO sobre o andamento das investigações, mas não obteve retorno.
Outro confronto
Em fevereiro de 2023, militares do COD confrontaram com Felipe Ramos Morais, 34, apontado como ex-piloto do Primeiro Comando da Capital (PCC) e delator da facção. A suposta troca de tiros ocorreu no município de Abadia de Goiás. Segundo relatado pela PMGO à época, os militares chegaram ao local após receberem uma denúncia informando sobre uma movimentação intensa de aeronaves em uma área de campo. Ao se aproximarem, teriam sido recebidos a tiros, informou a corporação.
A família de Felipe contesta a versão dos policiais. No processo, que corre na Justiça, não consta os laudos de resíduos de balística nas mãos e braços de Felipe. Os exames chegaram a ser feitos, mas não foram anexados no inquérito. “Pedimos também a perícia das vestes usadas quando foi baleado, mas esse exame desapareceu. Queríamos provas de distância dos tiros, etc”, informou um familiar.
Os laudos também indicam que os PMs teriam mudado a cena de crime, com base no relatório do Ministério Público (MPGO). Segundo o MP, os estojos das munições das armas dos militares foram tirados do local. Dessa forma, o Ministério Público considera que não há provas de legítima defesa, mas que, apesar das irregularidades, não há elementos para incriminar os policiais.
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